Monday, November 19, 2007

Dia da bandeira!


Gente, tinha me esquecido que havia um dia da bandeira! E olha que eu adoro nossa bandeira, tão diferente das listras e brasões usuais. Nossa bandeira é visionária, coloca quase que toda a Via Láctea dentro dela. O verde é das nossas florestas, me ensinaram. O amarelo de nosso ouro. O azul é de nosso céu, e a partir desses ensinamentos fiquei achando que o céu do Brasil tem um azul só dele, especial. Além do mais, a nossa é a única bandeira com horóscopo! Aposto que algum astrólogo, pela posição das estrelas na bandeira, deve poder fazer vaticínios e predições. Mas, o mais importante, ela inspirou versos lindos, exemplares:
Auriverde pendão da minha terra
que a brisa do Brasil beija e balança
estandarte que a luz do sol encerra
e as promessas divinas da esperança...
Castro Alves é demais! Viva a bandeira! Viva a poesia!
E viva minha novela! Vou respeitar meus três leitores e deixar de dizer novelinha. Até porque está meio compridinha, né? Mas eu também gosto dela, acho-a bem divertida e até inteligente...
Desculpe, Amauri. É você mesmo, um Amauri bem brasileiro, desses amigos que a gente só pode mesmo fazer no céu. Pois foi voando pelo nosso céu, de um azul especial, que nos conhecemos.
Vamos ao novo capítulo. Mas, atenção: este é X-Rated! Mas procurei não ser muito vulgar.

Capítulo VIII

Até quando você vai deixar esses dois se desencontrando?

Já disse que eles não vão se encontrar.

Mas eles precisam. Eles são almas gêmeas. Eles se completam. Ele é um artista, precisa dela para trazê-lo para a realidade. Sem ela, ele nunca vai ser ninguém.

Claro que vai. Ele tem escrito os poemas dele, poemas da solidão. Se ele a encontrar, os escritos dele vão desandar...

Mas ele sofre. E ela também sofre. Para que criar personagens que só vão ficar sofrendo todo o tempo?

Não, eles não estão sofrendo. Eles estão...vivendo. A vida é assim, cada um na sua. Essa coisa de “encontro” não existe. A gente se esbarra, mas cada um tem a sua vida.

Caraca! Você é impiedosa. Não faz uma concessão ao romantismo!

Não estou escrevendo novela, estou escrevendo uma história de amor.

Mas onde está o amor, se eles nunca se encontram? Desta vez achei que eles iam, finalmente, se encontrar. Ela o avistou na basílica, correu atrás dele, e você deixou que ele escapasse. Isso é maldade com os leitores. E com os personagens!

Não enche, Fábio. Acho que está ficando muito bom, assim como está.

Prá falar a verdade, não acho não. Está muito literário. Esse tipo de história não vende. Era preciso que eles se encontrassem, fizessem muito sexo, delirassem um pouco por conta de drogas ou bebidas...

Eu não escrevo assim.

E por isso seus livros nunca chegam a best-seller.

Touché!

Não estou agredindo, estou querendo que você fique mais assim...um pouco menos...

Mais...

Moderna.

Não era isso que eu ia dizer, mas era um pouco assim nesse sentido: mais próxima do público.

Eu posso escrever um capítulo com ele pensando em levá-la para a cama...

E por que não o contrário? Ela pensando em levá-lo para a cama, ia ficar mais verdadeiro.

Homem é que está sempre pensando em levar a mulher para a cama.

Vai me dizer que mulher não pensa nisso?

Pensa, mas a minha personagem não pensa. Ela idealiza o cara.

E daí?

E ele é um poeta. Ninguém pensa em levar um poeta para cama!

De onde você tirou essa idéia?

Não combina, entende? Um poeta revirando os olhos de gozo, suando e ...

E o que?

Você sabe. Metendo. Dando estocadas. Penetrando. Poeta não pode ser assim ativo. Poeta contempla. Fala coisas bonitas...

E então? Ela pode pensar nele usando a língua...

Sua mente é podre!

O que é que eu disse? Você é que imaginou.

Posso até ter imaginado, mas, daí a escrever, há uma longa distância. No máximo uma cena com ele imaginando como seria possuí-la. Ele se perdendo por entre os caminhos...

Cafona!

Mergulhando nos seus abismos...

Ridículo!

Metáforas delicadas...

Péssima transa. Põe ele deitado, se masturbando, cuspindo na mão para deslizar mais fácil...

Pára!

... a outra mão acariciando o saco...

Não quero ouvir!

Descendo até mais atrás, para fazer um fio terra...

Lá! Lá! Lá! Lá.

Sentindo o sangue esquentar, enquanto ele acelera o ritmo...

LA! LA! LA!

Olhando o jorro de esperma, que chega quando o pau dele começa a pulsar, e que se projeta longe enquanto ele soluça o nome dela...

Ele nem sabe o nome dela!

O nome que ele dá a ela.

E qual é o nome que ele dá a ela?

Mariana.

Esse é meu nome!

E daí?

Daí que eu vou desligar. Não achei graça nenhuma em você tirar sarro de mim. Você, às vezes, me tira do sério.

1 comment:

Anonymous said...

Querida, hoje acordei mais tarde. Fiquei lendo até de madrugada. Por isso cheguei aqui só perto da hora do almoço.
Mais, mais, mais da sua insaciável leitora, Eugenia