Monday, May 21, 2012

Amor à leitura

Passei a semana providenciando detalhes para o lançamento de O amor acontece. Mas encontrei tempo para ir até Monte Alto, em São Paulo, onde participei do projeto Caminhos da Leitura.
Tenho fotos da cidade lindinha e bem cuidada, bem como dos fósseis de Titanossauros que habitavam aquela região. Imaginem que lá no Centro Cívico da cidade está localizado um interessante Museu Paleológico, fiquei fascinada.  Adorei as pessoas com quem tive a chance de interagir, e mando meu abraço a todos do Projeto Guri, e das escolas que participaram do primeiro dia do projeto. Que ele tenha muito sucesso e repercussão.

Saturday, May 12, 2012

Estive ali!

Hoje no jornal aparece um lindo apartamento na Toscana, e eu estive lá! Numa de minhas andanças pelo mundo afora, fui visitar a mãe da dona do apartamento, que mora em Siena, por conta de uma história de amor que é das mais românticas. Dessas histórias de amor que sempre acontece com os outros, mas nunca com a gente mesmo. Uma mulher madura, depois de quase morrer, acaba por encontrar seu amor na internet e, aventureira, vai ao encontro de seu Romeu, em Siena. A família desaprova, mas ela insiste e, depois de algum tempo, a filha não só aceita o novo casamento da mãe como escolhe a cidade de Siena como seu ponto de apoio na Europa.  Pois bem, estive lá e o apartamento ainda não estava terminado, mas tudo o que ali está retratado já estava pronto. Os móveis, os quadros, o enorme relógio na parede de tijolinhos, os sofás todos recobertos de plástico, pois ainda estavam pintando a sala, e a poeira se espalhava por cima da enorme mesa de jantar, cujas cadeiras estavam completamente embaladas, para não se estragarem. Tenho fotos na varanda que tem essa vista lindíssima, e de onde podemos escutar os sinos das Igrejas deslumbrantes. Passeei pela cidade com a mãe e seu Romeu, um gentilíssimo italiano que nos levou à volta da muralha para conhecer as sete portas da cidade. Nossa guia leva uma vida meio retirada, seu ninho de amor fica perto da fazenda onde foi filmada aquela novela da Globo que tinha um Tony Ramos meio boboca, que foi enganado por uma mulher mais nova.
Bem, aproveito aqui para mandar um beijo para nossa anfitriã, que deixou saudades em nós duas, Helena e eu. Para quem não sabe, Helena, aos 92 anos, é uma amiga animada, que me acompanha em viagens e leituras, e me serve de inspiração.

Monday, May 07, 2012

Mudou tudo, nada mudou.

Apertei algum outro botão, e tudo mudou. Já não reconheço mais o blog, mas, ao menos, aqueles erros que todo mundo via ao abrir esta página foram para o espaço. Não tenho mais capinhas de livros repetidas equivocadamente para mostrar, não aparecem mais os blogs dos amigos (alguns até desativados, mas eu não sabia como tirar dali). Agora são só palavras. Nem cor mais… Quando tiver tempo, vou ver se melhoro alguma coisa, prometo.
Mudou também o governante da França. Eles agora têm o seu Chico, que pode não ser Buarque, mas é de Hollande. Torço para que a festa de ontem dure 5 anos. E que minha douce France continue uma terra encantada.
Tudo mudou. Mas nadanonada continua sobrenadando minha incompetência. Agradeço a vocês, meus leitores, que me incentivam a continuar. Obrigada!

Sunday, May 06, 2012

Detalhes da escrita

Abro o jornal hoje e leio o Ubaldo falando de como seus assuntos se desviam, apesar de sua vontade. Quem já me ouviu falar nas oficinas e palestras que andei fazendo por aí, sabe que, como escritora, minha autonomia é cerceada pela própria história. A palavra escrita tem uma lógica própria, e nos faz entrar em descaminhos, em divagações, em retornos inesperados. Navegamos na página sem GPS, guiados por estrelas que mudam de constelações, rindo de nossos astrolábios. Concordo com o querido João Ubaldo, e fico pensando quanto dessa nossa pena insubmissa se deve às lições dos livros amados? Pois dois mestres muito queridos, pelo menos esses dois, tenho certeza de que compartilhamos: Machado e Homero. O velho Borges, que não é meu mestre, mas que muito me fascina, bate com sua bengala para me chamar a atenção, e avisa: "não se esqueça das Mil e uma noites!" Faço que sim com a cabeça, mas o coração discorda. Minha paixão por Machado e por Homero são coisas da adolescência, época em que já temos discernimento suficiente para apreciar as leituras com corações e mentes.  Minhas mil e uma noites foram puro encantamento infantil, como aquela coleção adorada dos Melhores Contos de Fada de… e cada livro se dedicava a um país. Podia ser Hungria, França, Rússia, Portugal. Sei que aprendi muito com eles. Li coisas que depois descobri que eram clássicos medievais, como o Roman de Renard. Por mais que me esforce, meu amante alemão me proibe de lembrar o nome da tradução infantil, para o livro. Provavelmente "As histórias de Renard, a raposa", na corte deliciosa em que o leão era rei, coroado e tudo o mais, e o grande vilão era o Lobo, mas onde os Mastins também eram maus e violentos. O outros bichos apareciam e formavam uma sociedade complexa, rica, onde as vítimas eram sempre as Galinhas. Não digo que somos regidos por uma lógica diferente da nossa? Lá ia eu explorando um assunto e agora me vejo aqui, falando de uma história da qual nem sequer me lembro direito, mas que deseja ser reconhecida entre meus farrapos de memória.
Volto a Machado e Homero, os dois reis das digressões. Homero resgata o mundo a partir das histórias de Odisseus. Sei que o Ubaldo prefere a Ilíada, mas sou fã da Odisseia, que acredito ser a "mãe" de todas as narrativas. Não vou dizer porquê. Nem saberia, num blog, explicar minha tese. Seria necessário escrever outra tese, e nessa não me meto. Prefiro ser borboleta de um jardim de muitas flores que jardineira de uma única espécie. Portanto, lá vou eu em nova digressão, falando das histórias de Odisseus, que nos ensinaram desde geografia a história, que exemplificaram a criação do mundo, o sagrado e o profano, desvendaram o reino dos mortos, revelaram os perigos da sedução e os ardis da arte, e, no final, nos levaram a bom porto! Tudo isso pela boca de um mentiroso, que é a jogada mais genial de toda a Odisseia. Quem conta as histórias é reconhecidamente um grande embusteiro. Deixe a musa encantar o Ubaldo, e cantar a cólera do semideus Aquiles. Eu fico com as mentiras de Odisseus, humano como eu!
E, naturalmente, com Machado, o esperto Machado. Com ardileza, ele nos leva a pensar aquilo que ele deseja que pensemos: estratégia do fraco esperto, que aprendi – e agora se explica a intromissão – nas histórias de Renard, a raposa. Vamos e voltamos, e nunca saímos do lugar – e isto é a Odisseia… Navegamos num mar de leituras e aí venho a falar da Marta Medeiros que hoje comenta que prefere ler aqueles que são melhores do que ela. Sim, dona Marta. É sempre mais edificante lermos o que foi escrito pelos grandes mestres. Mas também é bom lermos nossos pares, e até mesmo aqueles que nem parecem dominar ainda a arte da escrita. Se olharmos sempre para cima, ficaremos com torcicolo e nos achando incompetentes. É preciso nos avaliarmos também com jogadores do mesmo nível e até mesmo bater uma bolinha com outros que ainda não nos alcançaram. Esses são os diálogos que nos reasseguram e reforçam nossa autoestima. Mas nada de abuso, se ela começar a crescer demais, corramos para os clássicos, para os excelentes, para os divinos: eles nos revelarão nossa justa medida!

Wednesday, May 02, 2012

Livros

Há muito não falo de minhas leituras. Mas continuo lendo muito, embora já não leia tanto quanto no passado, por culpa dos óculos. Adorava ler na cama, mas agora já não consigo mais. Os óculos saem do lugar, e acabo me chateando e desistindo. Mas leio por "devoção" e por distração. Minha diversão é ler, meu hobby é a leitura, meu prazer é, basicamente, lido. Leio os livros dos amigos, e muitos lançaram livros, ultimamente. Tenho uma filinha de livros de amigos. No momento estou terminando o do Molica, que fala sobre a vida de seu bisavô, o compositor Julio Reis. Já li o da Angela Dutra de Meneses, O incrível geneticista chinês, livro cômico, sobre o Dr. Wang, imaginário inventor da cura da chatice e da obesidade. Exílio, da Marcela Tagliaferi também aguarda. Por devoção, isto é, trabalho, li Regente Plutão, da Cleusa Maria, para fazer uma resenha. E, por mera curiosidade e desejo, li Livro, de um português chamado José Luís Peixoto. E estou lendo The Lady in Gold, a história do quadro de Klimt que retrata Adele Bloch-Bauer e que foi arrematado pelo herdeiro da Estée Lauder, depois de ter sido devolvido à família de quem havia sido confiscado pelos nazistas. O livro conta a história do quadro e da batalha jurídica para recuperá-lo. Mas também conta a história da Viena da Belle Époque, conta da sociedade que se desenvolveu na cidade que já foi o centro da Europa e que hoje, ainda linda, já não tem mais a importância de outrora. Incrível a quantidade de pessoas interessantíssimas que viveram em Viena no fim do século dezenove. Ainda não penetrei muito na leitura, mas já estou deliciada com as histórias de Klimt e seu irmão Ernst, morto tão jovem. E com vontade de fazer as malas e voltar a caminhar pela Ringstrasse, de ir tomar cafés nas "Colombos" de lá, de escutar música nos seus cafés concertos e nos teatros…
Bem, volto à leitura. Só fiz esse post para deixar vocês com água na boca!