De vez em quando me deixo ficar esperando um milagre... Algo diferente, inusitado, que me estimule e me faça ter energia criativa. Se tivesse companhia (ainda tenho medo de fazer algumas coisas sozinha) eu iria para a beira da praia, escutar a canção do mar. Como não vou, me imagino indo, esticando uma canga e me deitando próxima da água, desafiando as ondas. Ficaria cansada tentando encontrar alguma estrela nesta noite nublada. Provavelmente me deixaria enganar, achando que tinha visto uma cintilação. Aos poucos o frio iria me fazendo enrolar nas pontas da canga, até que, me sentindo gelada, me levantaria, já com um pouquinho de sono, para sacudir a areia que teimaria em me acompanhar até em casa. Finalmente, um banho quentinho, e rápido, uma sensação de bem-estar ao entrar na cama, os olhos se fechando à procura dos sonhos.
O milagre? Não, não aconteceria, eu sei. Mas isso nunca me impediu de, de vez em quando, me deixar ficar à espera de um milagre...
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