Uma coisinha ou outra que me encantam nos blogs.
Como leitora de alguns blogs ( que, infelizmente, ainda não consegui colocar na listinha para que possa fazer uma ponte com eles -- socorro, André, essa é sua deixa para me mandar um e-mail me ensinando!) me encanta essa sensação de intimidade e amizade que pode ser criada através das postagens. Como autora, também. É fascinante observar o crescimento de um novo tipo de amizade em que a gente nem tem noção de como seja a pessoa do outro lado do ciberespaço. Não sei onde estão essas pessoas, não conheço seus rostos, não sei como chegaram até a página, assim como não sei mais como cheguei à página de uns e outros.
Me sinto numa galáxia, pulsando ondas que desconheço, pois não sei nada dessas coisas eletrônicas. E essas ondas vão se ampliando e chegando a pontos distantes, ou próximos, e depois vão continuando, e talvez sejam recuperadas daqui a milhares de anos, como dizem que é possível recuperar fragmentos de sons emitidos por pessoas que viveram nas épocas mais distantes, em alguns pontos mágicos do nosso planeta. Imaginem, a gente andando por uma clareira de um bosque e de repente ouvindo vozes sussurrando juras de amor em provençal... Ou comandos de batalha em aragonês, ou canções de ninar em ladino... Mas aqui não é o caso dos idiomas exóticos: entramos numa clareira ciberespacial/ciberespecial e encontramos, no nosso bastante exótico português do século XXI, textos que nos emocionam, que revelam aspectos da realidade vistos através de outros olhos, pequenos fragmentos que, um dia, poderão ser percebidos como documentos históricos (obrigada, Cris!)
Já estou meio perdida em devaneios, mas quero dizer uma coisinha mais que me fascina -- é a sensação de contemporaneidade. Pois a leitura sempre me deu uma idéia de uma espécie de fila, de estar lendo o passado, mesmo quando estamos lendo um autor contemporâneo -- pois existe o tempo da escrita, o tempo da publicação, essas demoras todas... Mas o blog reduz isso. Tenho a certeza de que, daqui a algum tempo, se é que já não existe isso, poderemos estar escrevendo e publicando simultaneamente, e quem estiver plugado em nosso site irá vendo as letrinhas aparecendo uma a uma, num outro inquietante tipo de Big Brother (valeu, Adriana!)
E agora, vou cuidar de outras coisas, e procurar minha querida aniversariante do dia, e tratar de viver, pois, como me lembrei ao escrever a um amigo, esta manhã -- a vida não tem rascunho. Vamos a ela!
1 comment:
Olá Lucia,
Pensou que te esqueci, nada, estou sempre aqui, fiel ao seu blog.
Como disse Ana Cristina, somos leitores mudos as vezes, mas que suas palavras nos tocam profundamente. Se a vida não tem rascunho, seu blog esta copiado em algum lugar, muitas vezes no coração de quem te acompanha sempre. É alguma coisa de sua vida para a posteridade.
Abraço forte.
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