Sunday, January 25, 2009

Engano...

Acordo, outro dia, e vejo em meu celular uma mensagem, torpedo, como chamam, me agradecendo a noite de amor!
UAU!
Sei que não era dirigida a mim, essa mensagem carinhosa. Alguém, na emoção ainda não desfeita, digitou um número errado ( Sei que existem outras hipóteses medonhas, como um número propositadamente informado errado, mas sou otimista e romântica, afasto logo essa idéia da cabeça). E, como um presente, leio e releio essa mensagem que chega do "além" para me alegrar. Pois o amor é generoso, basta nos roçar assim de passagem para que a gente se sinta um pouco mais feliz.
Ia guardar isso em segredo, mas lembrando que meu dia ficou um pouco mais feliz, um pouco mais ensolarado, achei que devia compartilhar com vocês esse acaso, e até propor uma "ONG das palavras amenas" -- A cada dia, mandaríamos, aleatoriamente, uma mensagem carinhosa para alguém que não conhecemos, cujo número elegeríamos numa loteria, comandada pelo destino.
Claro que, pensando melhor, desisto dessa prática que pode acarretar muito mais dor que prazer:
Imaginem a namorada vendo a mensagem no celular de seu amado, e, desolada, rompendo com ele por sua infidelidade. Ou o senhor indignado que telefona para o número registrado a fim de tomar satisfações, ou, ainda, a pessoa pegajosa que pode estar só aguardando essa mensagem para depois ficar ligando até te obrigar a mudar de número!
Vamos, então, mudar um pouco nossa ONG hipotética: Mandemos, a cada dia, um torpedo para algum conhecido, mesmo, com alguma coisinha boa sobre essa pessoa.
Só que aí ficaremos tão chatos como aqueles caras que nos entopem nossa caixa de mensagem com mensagens edificantes.
Esqueçam.
Mas, se por acaso receberem um torpedo errado, agradeçam ao acaso e não briguem com seus namorados nem esposas. Riam, e saboreiem o engano, essa ficção plantada no meio de nossa realidade.

1 comment:

Guido Cavalcante said...

Mensagens extraviadas são sempre fascinantes. Isso porque a noção do desconhecido está implicita numa mensagem que nos chega inesperadamente e de cujo emissor não temos a menor idéia quem seja. Desde a garrafa encontrada na praia com o mapa da ilha onde o náufrago espera inútimente que o resgatem, até o pedido de socorro do astronauta que não mais pode ser reconduzido ao Planeta, vamos sempre ter uma predileção para com estes vestígios de outra vida e das cirscunstãnicias que nos são desconhecidas, quando a mensagem foi escrita e lançada à sorte. Estabelecemos uma espécie de vínculo e fundamos uma fraternidade que o mistério torna mais excitante. Bacanérrimo!