Hoje foi um dia de volta ao passado: depois de tanto tempo, resolvi ir até Yale, e conferir as lembranças com a realidade. As velhas torres, a enorme biblioteca, as construções antigas e fingindo ser ainda mais antigas do que são. E as modernizações, muitas, muitas diferenças que tornam a Universidade mais agradável de se viver/estudar, mas que a transformam numa coisa mais "pasteurizada", que faz com que ela perca sua individualidade. Bem sei que Yale tem a fama de ser um dos Campi mais feios dos Eua. Dizem que o de Cornell é muito bonito, mas minha amiga discorda, dizendo que o inverno lá dura 9 meses por ano, e que nenhum lugar assim pode ser considerado bonito... O de Princeton é muito lindo, Stamford é bonito, também, imitando uma Hacienda mexicana... Há quem goste. Gosto muito de Harvard, mas isso é porque gosto da cidade de Boston (na verdade, Harvard fica em Cambridge, mas tenho dificuldades em separar Cambridge de Boston. Para mim Cambridge é apenas um bairro de Boston, ali do outro lado do Rio Charles). Mas adoro Yale, com todas as suas falhas e defeitos. É parte de minha vida, e sinto que deixei um pouco de minha alma colada naquelas pedras... Quase caí dura quando soube que o último filme de Indiana Jones foi filmado na "minha" biblioteca, meu templo sagrado, presidido pela imagem da deusa da sabedoria, por Nossa Senhora da Cultura, para quem fiz tantos sacrifícios... E agora ela virou back-ground para as correrias de moto do senhor Jones. Bem, muito pior que isso é saber que os estudantes não vão mais às bibliotecas da Universidade, pois tudo foi digitalizado e eles fazem download dos livros em seus laptops, que carregam para as salas de aula. Tudo é muito diferente. Acabaram-se as colunas Morris, com os avisos das atividades no campus. Agora, quem quiser anunciar alguma atividade, e conseguir presença dos alunos, tem que fazê-lo no Facebook, que é uma espécie de Orkut daqui.
Entre ontem e hoje comprei "apenas" dez livros. Um sobre Proust, três sobre "comida" e literatura: um oferece uma "história da literatura mundial em 14 receitas" meio que de mentirinha, pois todas as histórias foram escritas pelo mesmo autor, Mark Crick; outro é de artistas falando sobre comida e o terceiro esqueci, mas também é assim desse jeito. Espero que sirvam para minha tese. Comprei o Firmin, o White Tiger, um de Virginia Woolf falando sobre seus passeios em Londres, Ah, nem sei mais. Ganhei um de presente, um romance histórico sobre Maria Antonieta, escrito pela mulher do Harold Pinter, Antonia Fraser, acho que é esse o nome. Comprei o Shadow Line, do Conrad. Chega de listas. Para terminar, uma pequena memória de Las Vegas, o show das fontes do Bellagio. A cada vez que assisti o show, as músicas eram diferentes, a coreografia maravilhosa, o encantamento geral. É uma das mais interessantes coisas para se fazer em Vegas, e nunca nos cansamos de assistir o espetáculo. Em compensação, o show "A queda de Atlântida"no Caesar's Palace é um horror. Uns robots horrorozinhos, interpretando Zeus e mais outros dois deuses, que disputavam a cidade a fogo e água... O mais interessante era ver a fonte se transformando neste teatro, as estátuas sumindo e em seu lugar subindo os bonecos animados. Outro show bonito, mas nem tão interessante, era o do Mirage, com o seu vulcão em erupção. Não assisti ao show dos piratas, mas, pelo que me falaram, não perdi muita coisa -- é que adoro o show da Disney, e não quis atrapalhar minhas lembranças com esse outro superpovoado e que molha todo mundo...
Até mais, então.
1 comment:
Você já assistiu o seriado Gilmore Girls? A Rory, uma das protagonistas passa 3 ou 4 temporadas da série em Yale.
Eu adoro esse seriado, talvez porque ela adore literatura, ou apenas por achar a estrutura fantástica.
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