Continuando a veia poética, lembro de Drummond
O amor bate na porta
O amor bate na aorta…
pois a coletânea organizada pela querida Celina Portocarrero está aqui ao meu lado e me chama, insistente.
Leio poetas de hoje, leio poetas de ontem, decido por Gonçalves Dias, demodé, mas bem amado.
Ah! que eu não morra sem provar, ao menos
Sequer por um instante, nesta vida
Amor igual ao meu!
Dá, Senhor Deus, que eu sobre a terra encontre
Um anjo, uma mulher, uma obra tua,
Que sinta o meu sentir;
Uma alma que me entenda, irmã da minha,
Que escute o meu silêncio, que me siga
Dos ares na amplidão!
Que em laço estreito unidas, juntas, presas,
Deixando a terra e o lodo, aos céus remontem
Num êxtase de amor!
Vejam só como o desejo de ontem se apresentava descorporificado. "Um anjo … uma mulher… uma obra tua". A mulher figura entre duas abstrações, se evola em essência, vira uma alma. Fala-se em voo, na amplidão dos ares, em céus. Do desejo do título, sem dúvida, sobra o silêncio. Nele só se pode falar fora do corpo do poema. Mas não sigo adiante. Analisar poemas, com minha falta de tato e elegância, equivale a matar a Mosca azul conforme me ensina Machado:
Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela
Visão fantástica e sutil.
Calo-me para continuar a desfrutar as emoções. Modernamente, vejo como o amor carnal se apresenta sem véus, direto. É possível experimentar em nossa própria boca o mastigar de corpos, sentir os cheiros pungentes, o calor de uma neve que, ardente no século XVII, agora umedece as calcinhas de ontem. Viro páginas e me delicio com os ecos de Casimiro. Admiro! Depois me despeço, citando:
Sei que é meu esse olhar em que eu não mais me vejo.
( E cito assim, sem aspas, abraçando o verso com meu texto só para mostrar que desejaria tê-lo escrito).
O remorso do plágio me faz voltar atrás e proclamar que o verso é do poeta Antônio Carlos Secchin.
O amor bate na porta
O amor bate na aorta…
pois a coletânea organizada pela querida Celina Portocarrero está aqui ao meu lado e me chama, insistente.
Leio poetas de hoje, leio poetas de ontem, decido por Gonçalves Dias, demodé, mas bem amado.
Ah! que eu não morra sem provar, ao menos
Sequer por um instante, nesta vida
Amor igual ao meu!
Dá, Senhor Deus, que eu sobre a terra encontre
Um anjo, uma mulher, uma obra tua,
Que sinta o meu sentir;
Uma alma que me entenda, irmã da minha,
Que escute o meu silêncio, que me siga
Dos ares na amplidão!
Que em laço estreito unidas, juntas, presas,
Deixando a terra e o lodo, aos céus remontem
Num êxtase de amor!
Vejam só como o desejo de ontem se apresentava descorporificado. "Um anjo … uma mulher… uma obra tua". A mulher figura entre duas abstrações, se evola em essência, vira uma alma. Fala-se em voo, na amplidão dos ares, em céus. Do desejo do título, sem dúvida, sobra o silêncio. Nele só se pode falar fora do corpo do poema. Mas não sigo adiante. Analisar poemas, com minha falta de tato e elegância, equivale a matar a Mosca azul conforme me ensina Machado:
Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela
Visão fantástica e sutil.
Calo-me para continuar a desfrutar as emoções. Modernamente, vejo como o amor carnal se apresenta sem véus, direto. É possível experimentar em nossa própria boca o mastigar de corpos, sentir os cheiros pungentes, o calor de uma neve que, ardente no século XVII, agora umedece as calcinhas de ontem. Viro páginas e me delicio com os ecos de Casimiro. Admiro! Depois me despeço, citando:
Sei que é meu esse olhar em que eu não mais me vejo.
( E cito assim, sem aspas, abraçando o verso com meu texto só para mostrar que desejaria tê-lo escrito).
O remorso do plágio me faz voltar atrás e proclamar que o verso é do poeta Antônio Carlos Secchin.
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