Queria falar desses dois galegos que me conquistaram com sua simpatia e sua arte. O Carlos Quiroga, além de professor aqui na USC é escritor -- romancista e poeta -- e também fotógrafo, e um dos melhores guias que a cidade de Compostela pode ter. Ele é especialista em café: sabe onde estão os melhores cafés (bebida) da cidade e também conhece as livrarias e bibliotecas todas daqui. Já li (devorando) dois livros dele. Um chama-se Periferias e tem um enredo tripartido, um texto é do século XV, outro do século XX e o terceiro é do século XXI. Todos se ligam através da ...linguagem, é claro -- uma preocupação mais que legítima aqui. O outro livro é o final de uma trilogia, e cham-se Retorno a Arder, e se recusa a se deixar classificar, pois é uma narrativa a duas vozes, mas também um livro de poemas e uma coleção de fotos. E tudo se integra, se completa, a imagem se refaz na palavra poética e os textos ficcionais problematizam os desabafos do eu lírico. Adorei. Acabei de ganhar um livro só de poemas, Gong, mas esse vou guardar para depois.
E o Quico?
O Quico é o Cadaval, aquele da peça que assisti, e que me deixou a mim ( e a toda a cidade, pois o teatro está sempre lotado) encantada. E ele é uma figuraça. Divertidíssimo, como aliás, o Mestre Quiroga também, eles me fazem rir o tempo todo, contando suas histórias geniais, ou contando as histórias um do outro. O Quico já andou no Big Brother daqui de Lisboa, era o professor de arte dramática do grupo. Assustou a mulher do Mia Couto, que estava doida para conhecê-lo, pois não perdia nenhuma de suas aparições na TV em Moçambique, pois desandou a contar piadas de ciganos e de passarinhos que fariam Bocage ficar encabulado. Ganha a vida como contador de histórias, e como encenador. Chocou os padres com uma encenação do cancioneiro, pois eles se deixaram perturbar como tamanho do consolo que saía das páginas do livro. Mas é modesto, e doce, e encantador como todos os galegos que encontrei.
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