Wednesday, April 14, 2010

Kentucky sem fried chicken

Pois é. Cheguei. Um dia inteiro de viagem para chegar até aqui. Acordar cedo, fazer mala, ir para o aeroporto, esperar um voo, embarcar, voar, chegar em outro aeroporto, enorme, tomar trem para ir de um terminal a outro, esperar o outro voo, descobrir que seu voo está com overbooking, receber uma oferta de 400 dólares para tomar um voo para Cincinatti (Até que eu gostei da idéia,  mas onde é que fica Cincinatti?), embarcar, voar, chegar, tomar taxi, chegar no hotel e perceber que não há nada ao redor, que a cidade, aqui em downtown Lexington, parece abandonada. E, no entanto, as surpresas foram muitas. Ao chegar, descubro que caí na cidade da "concorrencia": a Lexmark é daqui e eu ainda me sinto vestindo a camiseta da Xerox. Mas depois pensei que as duas já andavam de noivado, são capazes de terem se casado e de agora serem uma coisa só. Eu é que estou por fora. Também vejo os campos e mais campos de "blue grass", e o enorme hipódromo, onde as corridas já começaram. Há retratos e posteres de cavalos por toda a parte, mas vi muito poucos animais e apenas lá de cima do avião. Por falar em avião, ao meu lado sentou-se um senhor, distinto, com um livro enorme, parecendo um tijolo: A vida de Einstein. O que será que esse homem tanto fez? A julgar pela grossura do livro, ele teve a vida mais intensa do que a do Rubinstein, com sua carreira internacional e suas várias amantes. Já no voo anterior, a senhora ao meu lado leu seu kindle a viagem inteira. E aí descubro uma das desvantagens do Kindle: o vizinho não consegue saber o que você está lendo. Ou será que isso é uma vantagem? Talvez para quem lê seja uma vantagem, mas os curiosos como eu ficam sem satisfação. E os autores perdem essa pequena propaganda de graça, que é seu livro sendo mostrado aos outros…
Estou cansadíssima, e vou para cama, descansar. Amanhã logo cedo começa a conferência e minha condução sai do hotel às 7:30. Depois conto as impressões do Campus.

1 comment:

Ana Cristina Melo said...

Lucia, querida, ah, o poder da palavra e o poder de quem sabe moldá-la e dominá-la. Eu me sinto viajando com você, olhando as mesmas coisas, tendo as mesmas impressões, sentindo o mesmo espanto diante das situações não previstas.

Adorei a história com o Kindle e o Einstein. Isso dá título para uma crônica. Aliás, que tal publicar: crônicas de viagem. :)

Sucesso aí, que aqui ficamos com saudades. Hoje tem encontro do grupo no lançamento do Max.

Beijão