Fico pensando aqui no que desejaria criar no meu big bang, se eu pudesse escolher. Tento lembrar do Gênesis, mas lá se vão anos que o li, e depois confundi tudo. Pois me lembrava de que "No princípio era o Verbo, e o Verbo era com Deus e o Verbo era Deus". Só que depois me disseram que não é o Gênesis que começa assim. O Genesis diz que no princípio Deus criou o céu e a terra. Concreto e simples. Prefiro a história do Verbo, dessa criação pela Palavra, que é criadora e criatura. Adoro pensar na escrita como numa brincadeira de Lego. Vamos juntando pedacinhos de sons e de sonhos e criamos um mundo. Muitas vezes o tal do Verbo se torna mais concreto que a vida em si. Vejam o exemplo de Sheherazade. Sua vida é a palavra que ela é capaz de proferir: se ela se calasse, a vida terminaria. Imaginem, então, a surpresa dos cientistas se, ao lograrem o choque das partículas subatômicas, tudo o que obtivessem fosse apenas uma palavra, definitiva. Teriam eles a coragem de repeti-la? Mesmo sabendo que tudo o que obteriam seria um Eco?
Já vou misturando mitos, é melhor ir dormir. Vou tentar sonhar com o anjo da história, não de olhos e gesto aterrorizados, mas com a fisionomia serena de quem se dispõe a contar/criar.
3 comments:
Lucia,
sua imaginação é abençoada: tudo começar numa palavra. Perfeito!
Bjs
Está na Bíblia. Mas não é isso mesmo? Sentimentos começam assim: a gente diz eu te odeio, de brincadeira, e parece que esta é a semente. Depois de uns anos, está odiando mesmo. Por isso eu digo amo, amo, mil vezes amo, para me convencer de que o amor existe!
É isso mesmo. Mas o que achei fantástico foi a ideia dos cientistas, após o choque das partículas, encontrarem apenas uma palavra. Talvez seja isso mesmo: a junção da ciência com o bíblico.
E você está certíssima, dizer que ama, desejar o bem, pensar no bem, para que em volta seja tudo mais perfeito.
É por isso que te adoramos.
Bjs
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