El Dorado era o nome do rei de uma cidade grandiosa escondida nas selvas. Conta a lenda que, todos os dias, esse rei postava-se nu e que seus súditos se encarregavam de soprar ouro em pó sobre seu corpo até que este ficasse totalmente dourado, daí seu nome. Ao final do dia, esse rei banhava-se no rio que por ali passava, deixando evidente que a abundância de ouro era tamanha que o metal podia ser desperdiçado. Isso inflamava a imaginação dos europeus, cujo interesse pelo ouro era maior que o bom senso. Junto a essa lenda, de riqueza, surgiu uma outra, de que a fonte da juventude estaria localizada nessa cidade. Ora, se existe uma coisa que faça o homem se separar de seu ouro, esta é a promessa de eterna juventude! Daí que as expedições se multiplicaram e muitos perderam a vida e a sanidade nestes descaminhos.
Mas, será que cessamos de procurar por esses mitos? Acho que não: No fim de semana, as fotos de Angelique Chartouny, no JB, me mostraram uma ardente expedicionária à fonte da juventude, que ela julga estar situada entre as mãos de um cirurgião plástico e as de um dermatologista. Com suas ampolas de botox e restylane, ela se unge, talvez a cada manhã, e constrói sua imagem congelada de mito. Nas festas feéricas (de fadas) seu sorriso imperturbável derrama-se por sobre os diamantes e esmeraldas, e ela brinda, com champagne, as outras súditas de seu reino de ouro e ilusão. Enquanto isso, nós, pobres mortais, com nossas rugas de espanto e perplexidade, vamos aos cinemas em 3D, ver outros tipos de delírio, histórias lisérgicas que apresentam heroínas cada vez menos humanas e mais deformadas.
Voltarei ao assunto.
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