Thursday, April 01, 2010

Amizades

Como será que começam as amizades? O que faz clicar neurônios de um cérebro com outros de um cérebro distante? No decorrer da vida, fui encontrando pessoas e mais pessoas, mas algumas, quase que instantaneamente, identifiquei como "amigas". Não é que eu vá me entregando fácil, assim. Sou reservada, receosa, lenta. Mas há pessoas que, mal entro em contato, já percebo que um dia poderão ser minhas queridas amigas. Um brilho no olhar, uma palavra empregada com justeza, um gesto de delicadeza, são várias as metamorfoses dos "cavalinhos de Tróia" que arrasto para dentro de meu coração. Depois, troiana desconfiada, fico rondando em volta dele, esperando para ver o que vai sair dali. Às vezes nada. O Cavalinho seca e se desfaz em pó. Outras vezes, percebo a tempo que não se tratava de Cavalinho, mas de Quimera sedutora, porém, como toda quimera, sem mais valor que uma moeda falsa. Outras vezes, o Cavalinho se transforma num meigo Cavalo Marinho, silencioso e atento, embelezando minha vida, gestando idéias para compartilhar comigo. Fico feliz ao encontrar, nas minhas praias solitárias estes presentes de Posídon. Brancos e impetuosos, em movimento constante como as ondas que lhes deram origem; ou estáticos e medrosos como eu, observando o mundo em nosso redor, antes de se lançarem a galope nos prados da amizade; cansados e feridos, necessitando de pouso e de sombra; pôneis que galopam sem direção certa, pelo mero prazer de galopar, meu coração bate no compasso deles, e são eles que me mantêm viva. Obrigada, amigos e amigas! Os que já se revelaram e os que prometem, que fazem de minhas ruínas de Tróia um lugar onde ainda pode brotar a alegria.

1 comment:

Ana Cristina Melo said...

No meu caso, foi a sua palavra que chegou primeiro para mim. E me encantou, como as histórias de fadas e princesas. Bjs