Wednesday, May 20, 2009

Brasiliana, José Mindlin e Zezinho

Não sei do que falar primeiro: Dr. Mindlin e  sua incrível simpatia e paixão compartilhada? A Brasiliana, orgulho de nosso país, apresentada ao mundo todo? Ou o Zezinho, esse incrível robot, criado para ler livros e compartilhá-los? Acho que fico com o Zezinho, que eu aperfeiçoaria e já o conectaria com um chip na minha cabeça, e me alimentaria, incessantemente, com páginas de histórias e Histórias, de sabedoria e diversão.  Quero o Zezinho! Mas, será que o prazer da leitura poderia ser substituído pelos implantes de chips? O processo de decodificação dos textos não seria a fonte de todo o prazer de ler? O que nos atrai na leitura, o ato de ler ou o conhecimento da história? Acho que é da combinação das duas coisas que nasce esse prazer (como, talvez, todos os prazeres – estímulo e estimulado). Daí que meu pensamento-borboleta já se dirige a outra flor colhida no jornal da manhã: o movimento dos sem-namorados. Combino-o com a entrevista que assisti, outro dia, a uma médica que se dedicou a estudar o cérebro dos apaixonados, e traduz paixão em dopamina, serotonina e outros "inas". Ela escaneia cérebros de pessoas apaixonadas e tira suas conclusões a partir das partes dos cérebros que se iluminam. Fico pensando (estou muito cibernética, hoje) num novo cartão para o dia dos namorados, onde apareça o catscan do remetente e as palavras: meu cérebro se ilumina quando te vê, ou quando pensa em você ( a versão visual é para os remetentes do sexo masculino, a outra é para os remetentes do sexo feminino, pois, no estudo, a Dra. descobriu que as mulheres amam através da memória, e os homens através da visão). O mais incrível de tudo é que ela gosta de poesia, essa doutora, diz ser uma apaixonada leitora de poesia. Voltamos, assim, ao Dr. Mindlin, que, enquanto sua esposa foi viva  e ele ainda enxergou, todas as noites lia poesia para ela. Na sua simplicidade, ele dizia: ela gostava de escutar poesia, e eu de ler poesia em voz alta, era um casamento perfeito. Ah, Dr. Mindlin, o senhor nem pode imaginar como o meu cérebro se ilumina ao falar do senhor. Pois não deve ser só a paixão que provoca belas cores em nosso catscan, mas a amizade e a admiração também devem ter as suas luzes especiais. Gosto do senhor e da sua família, adoro um dos livros da sua filha Betti, Muqueca de maridos, imperdível recompilação dos mitos de origem do ponto de vista feminino (a Betti é antropóloga). E deixo aqui, para meu publiquinho pequeno, mas fiel, e que tem se ampliado com a adesão do David e de outros recém-chegados cujos nomes ainda não decorei, mas que são muito benvindos, o agradecimento pela Brasiliana.

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