Esse é o ruído que supostamente todos os que se aproximam de mim, desde ontem, podem escutar: meu corpo tremendo de frio...
Tinha me esquecido do impacto que faz o contraste entre a beleza do dia e o frio que se sente aqui nos EUA. No Brasil, quando o sol brilha, o calor comparece, mas aqui, o dia despejado não significa nada em ermos de temperatura. Somos realmente obrigados a olhar o termômetro antes de sair, sob pena de acontecer o que me aconteceu: instantaneamente meus lábios racharam com o frio.
Agora estou aqui, sob as cobertas, me esquentando e escrevendo, enquanto tento esquecer a dor dos meus lábios.
Passei a manhã com Carpentier, amor antigo, mas há muito não revisitado. Como ele é bom! E como foi bom ter passado um tempo longe dele, pois agora encontro coisas que não tinha visto antes, talvez até porque eu ainda não conhecesse essas coisas que agora encontro. Sua familiaridade com Proust, por exemplo, tinha me passado despercebida, e agora me atinge com o impacto de um raio. Vou ter muito o que fazer, nesse próximo semestre, reestabelecendo minhas leituras de Carpentier e Lezama, vis a vis Proust. Pois agora farei uma triangulação, várias triangulações, e a partir daí, surge uma espiral magnífica, instigante.
Mas agora preciso levantar e andar um pouco: Não posso passar o dia assim toda torta na cama, ou minha coluna não resistirá. Vou me exercitar no frio, isso depois de passar uns dois quilos de protetor lábial, de preferência com anestésico!
Depois escrevo mais...
1 comment:
Lúcia, feliz Natal (um pouco frio, mas ainda assim, cheio de calor.) Que muitos livros sejam escritos e publicados em 2009, um presente também pra mim.
Beijos
Vera
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