Bem no coração do Texas, é onde estou, longe de NY e seus encantos e seduções... Daí que não me vai ser possível ir às livrarias cult e maravilhosas de Manhattan. Mas hoje de manhã estive na Barnes and Noble (uma das muitas que há por aqui). Se, por um lado, me encantei com a fila de gente que esperava a livraria abrir, me decepcionei com a seleção de livros... Imaginem que na seção de audio books (sempre compro pelo menos um, é uma maneira de conservar meu inglês, que vai desaparecendo) ao invés de clássicos, o que encontrei foi um The Alchimist, by um tal de Paulo Coelho... Será que alguém aí no Brasil conhece o tipo? E não tinha o livro vencedor do Booker Prize -- e, aliás, o vendedor nem sabia que de que prêmio eu estava falando. Claro que fui impertinente, e disse que era simplesmente o prêmio mais importante para literatura escrita em inglês, mas que ele não poderia saber disso... Depois fiquei com remorso: puxa, apenas um dia depois do Natal e já estou com esse espírito de bronca?! Em resumo, ia voltar para casa sem livros, mas não resisiti e comprei uns outros, que nãoestavam na minha lista, mas que chamaram a minha atenção... Um audiobook chamado The Uncommon Reader-- com uma historinha que me pareceu interessante -- um dia a Rainha da Inglaterra entra por engano numa biblioteca móvel estacionada ao lado do palácio de Buckingham, descobre os prazeres da leitura e perde a paciência para com seus deveres reais, acarretando conseqüências divertidas para o seu reino. É mais ou menos esse o resumo.Mas não vou escutá-lo agora.Aqui escuto inglês todo o tempo, vou guardá-lo para a volta. Também comprei um chamado Songs for the Missing, que estava sendo muito recomendada pelos críticos do NYTimes. Essa recomendação, na verdade, não quer dizer nada. Vale tanto quanto as críticas do Prosa ou do Idéias: depende de quem a escreve, e desconheço o autor da crítica, assim como desconheço o autor do livro. Comprei dois do Pynchon, os dois mais fininhos que encontrei, para ver se me acostumo com ele. Sei que o André o adora, mas ainda não achei grande graça naquilo que li dele.
Continuo resenhando o Concerto Barroco. Tarefa difícil, pois tenho tanta pesquisa sobre o livro que me afasto do objetivo da resenha, me perco nas conjecturações sobre o assunto de minha tese, é um problema. Mas ainda tenho tempo. Vai dar tudo certo, no final...
Adorei a interpretação que Guido fez de meus posts! Finalmente virei personagem, coisa que almejei minha vida inteira. Já contei aqui de minha alegria quando descobri que o Rubem Fonseca tinha escrito Lucia MacCartney? Achava que era para mim. Aí fui ler, e descobri que não dava para me colocar como a personagem construída por ele: uma garota de programa. E, o que é pior, uma garota de programa romântica... Brrr! O que é isso? Mas ela está armazenada no meu imaginário, e agora faz parte de meu curso "Mulheres perdidas e desencontradas na Literatura Brasileira" Começo com Lucíola, a puta cheia de escrúpulos, passo por Lúcia MacCartney e chego até a Bruna Surfistinha, a puta que virou modelo de comportamento... Que coisa, né? Como nossos valores mudaram. De ofensa a elogio, a palavra puta hoje é uma coisa banal, perdeu o valor negativo. Aliás, quem alguma vez já viu a Gabriela, da Daspu, sabe que a puta também perdeu sua imagem. A Gabriela é igualzinha a uma vizinha minha, com quem encontro sempre no supermercado e é um modelo de respeitabilidade... Uma senhora sensata e séria, sem nada a ver com os paradigmas das profissionais mais antigas do mundo... Bem, chega de putaria e vamos à vida... Ciao
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