Bienal do livro, pela primeira vez com crachá de "autor". Eu sempre ia a Bienal. Mesmo que dissesse: esse ano não vou -- acabava me deixando tentar ou por uma palestra, ou por um bate-papo, e quando menos esperava lá estava eu, deslumbrada. Só que este ano é diferente. Estou com algumas programações já agendadas há muito tempo. Hoje, por exemplo, falamos no Prosa na Bienal, sobre prêmios literários. Para mim, o concurso do SESC foi uma porta de entrada neste mundo a que eu desejava ardentemente pertencer: autores publicados. Só que o que parecia meta, assim que foi alcançado, demonstrou que não passava de uma porta de entrada, e que, para mantê-la aberta, era necessário muito mais do que eu pensava. Os autores precisam de demonstrar sua consistência e regularidade de produção.
Mas trato aqui de emoções e de iniciações. Foi bom ir à Bienal e ser convidada para a festa de abertura, no Copacabana Palace, onde, sob lustres mais pesados que os da ópera, não se encontravam fantasmas, mas autores de carne e osso. A noite foi ótima, os vestidos eram lindos -- e de todos os gostos. Havia boa bebida, boa comida, muita gente e mais fofoca. Os risos talvez tenham sido um presente a mais.
O Copa não perde sua majestade, os sonhos parecem brilhar em cada olhar fixado sobre nós. Bebi champagne, falei com uns e outros, dancei com outros e uns. Mas agora, aqui em casa, em frente ao meu computador, sinto que este é o lugar que mais me agrada. Aqui as palavras se agrupam e me escrevem, me abrigam e me revelam. Bienal, embriaguês de textos e um enorme prazer de andar por entre exemplares sedutores. Bienais do passado, olhada sempre com desejo e fome,
1 comment:
Deve ter sido muito diferente de tudo, ir à Bienal com crachá de autor! Gostei muito da sua dica: consistência e regularidade de produção. Mas fico pensando: e quando escrever é que nem respirar? Ou seja, sem isso se morre. Será que essas pessoas que têm essa urgência interna ficam mesmo um dia bloqueadas, sem escrever nada? Abraços, muitos, T.T.
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