Olá, amigos. Estou de volta ao blog. Andei sumida porque estava preparando as palestras e as viagens e tratando dessa coisa chamada vida real. Estive nos últimos dias em Kentucky, na cidade de Lexington, onde fica a conferência de línguas estrangeiras. Fiquei sabendo que aqui o pessoal conhece essa conferência como um M.L.A. sem inglês. A gente encontra com pessoas de todo o país, troca ideias e ouve muitas coisas interessantes, descobre autores e se informa de pesquisas e, também, infelizmente, fica sabendo de problemas para os professores de português, e em geral. A crise e a ganância andam ameaçando departamentos por aqui, mas o pessoal tem muita garra e sempre consegue resistir. Hoje, por exemplo, no cafezinho, conversei com uma professora de italiano que está há anos tentando conseguir um "major" (não é patente de exército, é tipo conseguir que italiano se torne um curso que dê diploma na universidade dela). Ela ainda não conseguiu, mas lá estava ela, numa fria manhã de sábado, procurando amigos, assistindo palestras e "lutando", quando podia ter ficado mais um tempo na cama quentinha. Ela estava lá e lamentava que nem sequer uma aula de história do renascimento (italiano ou não) estivesse sendo dada no departamento de História. Espero, sinceramente, que ela consiga sucesso.
Assim como espero que as pessoas, que estão preocupadas com o ensino à distância, que as universidades gulosamente estão adotando, na tentativa de conseguirem mais dinheiro, demonstrem aos departamentos financeiros que esta deve ser apenas mais uma opção, e não uma substituição. E como espero que a aluna de pós graduação, que compareceu à conferência rebocando seu bebezinho, veja seus esforços coroados e seus trabalhos devidamente apreciados.
Mas agora estou em Milwaukee, e doida para conhecer a cidade, que tem um deslumbrante museu construído por Calatrava ( e quem acompanha o meu blog sabe que sou fã dele!) Vou colocar mais umas meias, luvas, suéteres e casacos para sair nesta fria primavera de Milwaukee, que ainda parece adormecida, sem produzir flores nem folhas, escondendo-se do vento que faz o museu recolher suas asas (sim, ele tem asas, como um pássaro!) Juro que vou tirar fotos e que colocarei aqui, para serem vistas. E mando a todos meus abraços e minhas saudades, e as promessas de que vou escrever amanhã também.
1 comment:
Querida que saudade! Como faço todo dia, dei uma passadinha por aqui e tive essa bela surpresa!!! Que bom que está gostando. Eu tenho colegas que iam sempre e gostavam. Quanto à postagem, tentar implantar algo novo numa universidade realmente toma tempo e energia, muita! Se a minha memória não falha, na universidade onde dei aula por 30 anos, demorou anos, muitos, longos, para resolver a questão do italiano e olha que tínhamos um expoente lutando por isso. E esse comentário seu sobre a ausência de aula sobre o Renascimento num curso de História??? E as asas do museu fecham e abrem mesmo? Vi as obras do Santiago Calatrava e ele é muito criativo, muitíssimo criativo mesmo e o museu de Milwaukee parece lindo visto aqui nas fotos na Internet. Será mesmo que você vai postar fotos? Eu amo o seu olhar como fotógrafa e acho que o olhar faz toda a diferença.Tenho uma amiga portuguesa, professora de literatura que é fotógrafa e até tem um blog e ela posta ângulos inusitados e se detém em pontos em que não reparamos normalmente. Bom, continue curtindo esse frio e esse vento! Beijos, T.T.
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