E torçam para que meu banquete não seja indigesto.
Tuesday, March 24, 2009
Defesas
Fui assistir a uma defesa de tese. Mestrado, ainda, mas todo o nervosismo já estava presente. Éramos poucas pessoas. A família da candidata, duas colegas, outras tantas amigas... Fiquei pensando na minha vez, tenho a certeza de que a família não vai querer ir. Aposto que não vão, mas pode até ser que me surpreenda e eles apareçam, carinhosos, belos, enchendo a sala, já que são muitos. Algumas amigas irão, e o sorriso delas vai me sustentar, mas o sorriso que me amparava mesmo não vai estar lá. Eu, depois de ter me desesperado até a medula, estarei sentadinha na mesa, atrapalhada com o texto que lerei e que cumprirá, rigorosamente, os 20 minutos, ou 30, ou o que me destinarem. Sou muito cuidadosa com a cronometragem, pois odeio ser chata. Até aí tudo bem. Mas, quando chegarem os comentários e a arguição, já sei que vou me atrapalhar. Muito nervosa, não vou conseguir anotar nada, nem acompanhar o que as professoras estarão dizendo. Vou ficar com vontade de chorar, ou com raiva de mim mesma, por ser tão confusa. Vou beber água, minha garganta vai secar. Mas só uma coisa vai me consolar: o fato de que não vou ter mais que olhar para a cara da tese! O pior é que vou, pois terei que incorporar as recomendações e acertar os problemas levantados pela banca. Mas terei conseguido fechar essa página de minha vida. Estou tentando terminar todos esses capítulos que deixei em aberto, ansiando por terminar essa obra e descansar a caneta, os olhos, os dedos. Bem sei que não escrevo com caneta, mas é uma metáfora, aceitem-na.
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