Wednesday, February 20, 2008

Quase nada...

A gente precisa de muito pouco para se sentir feliz. Quase nada. Um aceno, um sorriso, uma lembrança. Saber que um amigo está quase publicando mais um romance, ou seu primeiro livro. Receber uma foto ou descobrir um álbum de fotos esquecido numa prateleira da estante. Dividir um bolo de aniversário com pessoas queridas.
A gente precisa lembrar de que tem que se sentir feliz. Pois um quase nada nos desanima: uma mensagem tristonha, a percepção de uma zanga, orgulho e preconceito... Quando as palavras e as pessoas me ferem, me coloco neste cantinho e contemplo o mar. Seu azul me redime. Sua cólera me resgata. Seu cinza me amortece. Sua limpidez me lava. Quando as memórias me entristecem, sinto o mar crescendo dentro de mim, suas águas transbordando em lágrimas que não consigo conter.
Aí lembro de algo que li: "para escrever é preciso sonhar peixes", e fico procurando os peixes em meu mar -- aquele que vejo e aquele que me habita.
Recrio peixes inábeis, que se escondem entre palavras salgadas. Pouco a pouco eles se organizam em cardumes e passeiam suas cores sem medo das aves que mergulham para buscá-los.
Um quase nada... e eu já estou sorrindo outra vez.

1 comment:

Anonymous said...

Lucia,
Somos felizes quando alguem nos lembra que somos felizes.
Obrigado por ser este alguem para mim.
Aguardo com grande expectativa seu novo livro, quem sabe não me fará mais feliz ainda.

Beijos!!