Sunday, February 10, 2008

Domingo de chuva...

Não, não começou com chuva, até deu praia, mas eu não pude ir. Agora contemplo a súbita tempestade, que coroa os morros com seus raios e curva as árvores por onde vai passando. Lembro do que disseram nesse Carnaval: "A Mangueira enverga mas não quebra." Olho para as árvores, olho para o mar, olho para o céu dividido: um lado tão escuro, outro se mantendo sereno e indiferente. Minha vida enverga, mas não quebra. Perco meus galhos, minhas flores e frutos, tudo levado por ventos mais ou menos fortes. Ao contrário das raízes da árvore apadrinhada pelo Rubem Fonseca (leiam o livro, leiam, que é muito bom), as minhas estão solidamente fincadas no chão. Como foi isso? Cuidados do meu jardineiro, que se foi, agora que a árvore já não é mais tenra e frágil? Acaso? Ou alguma literatura que se encarregou, compadecida, de me fornecer água e nutrientes? E por falar em literatura, quem se lembra de um romance chamado Vento Forte? Acho que era do Astúrias. Como eu adorei esse romance. Depois fui relê-lo, e já não encontrei o mesmo encanto. Mas, quando me lembro do romance, é com a emoção da primeira leitura que a lembrança vem, forte como o vento, com cheiro de chuva, inquietante.
Tenho algumas leituras urgentes para fazer, embora minha vontade fosse ficar aqui de papo. Mas não dá. Vou, então. Antes quero dar um abraço no Leandro -- o da Geovanna, lá no Histórias Possíveis. Ele me deixou um recado muito simpático, que eu agradeço de todo o coração. Achei engraçado que nossas histórias combinaram embora a gente nem soubesse nada um do outro. Recebi recados da Rô e do Henrique, também, no e-mail. Obrigada. Foi bom vocês mandarem as mensagens, pois eu estava muito insegura com esse meu conto meio canalha. E quero corrigir o que disse: meus parceiros não estão bem legais -- estão ótimos, instigantes, com textos vivos e variados. Parabéns ao mano André, nosso "editor".
PS -- verde de inveja: Tenho uma amiga, a quem muito admiro, que circula pelas altas esferas municipais e administrativas, que teve como chefe o Rubem Fonseca. E um outro amigo, do mesmo grupo, que além de ter sido colega de trabalho do RF ainda aparece nas páginas de A grande arte. O que eles não sabem é que eu também sou personagem do RF. Ou ninguém ainda lembrou de Lúcia MacCartney?... A história não é minha, mas o nome é. Ou foi, quando eu era beatlemaníaca.

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