Olho para o céu e, numa clareira entre as nuvens, vejo uma estrelinha que parece passar pelo céu. Imagino que seja o Chico, presença tão constante na TV, que encantou muitas das minhas noites com seu humor e sua criatividade aparentemente inesgotável. Agora, nestes últimos meses, sempre que falávamos no Chico eu descobria alguma coisa que preferia não saber: vícios, mau humor, etc. Eu desligava. Tecia alguma desculpa e preferia pensar no Chico que amava as mulheres, que teve filhos brilhantes, que deu emprego a tantos amigos, que criou personagens que ainda vivem. Como esquecer? Passei minha vida inteira vendo o Chico, só quando os programas pararam de ser exibidos na Globo é que parei de assisti-lo. Bem, confesso que não gostava da Escolinha. Mas gostava do professor Raimundo. E das incontáveis personagens que ele fazia. Como não gostar de Coalhada, do Bozó, do Alberto Roberto? Do Baiano? E da Salomé, do Pantaleão, de Painho? Daquele latin lover cujo nome esqueci e sua "Biscoito"? Do Bento Carneiro, o vampiro desdentado e desnutrido? Não sou boa de nomes, mas me lembro de muitas outras, arremedando políticos, artistas, figuras populares. Eram tantos, tão variados, sempre engraçados. A maquiagem era primária, as perucas horríveis, mas tudo isso compunha de tal maneira a personagem que aceitávamos sem questionar. Chico foi a Meryl Streep do humor. Capaz de convencer, de mudar de voz e sotaque, de representar, arte pouco conhecida entre nossos atores.
Fico aqui, no meu canto, sem vontade de sair de casa. Vontade até tenho, mas me assusto ao ver que os cinemas estão cheios demais, que ora faz muito calor, ora chove muito. Fico em casa, desencorajada. E tento trabalhar, mas vou daqui para ali, e não faço muita coisa. Leio o jornal, penso em alugar um quarto para um dos participantes do Rio + 20. Eu não! Esbarrar com alguém dentro de casa me faz sentir ameaçada. Acostumei com o silêncio, com a mesmice. E, além do mais, minha casa está cheia de livros, amigos que pedem um pouco de tranquilidade para serem curtidos. Ando, rodeio, computo, leio, penso, sonho, e, quando vejo, o dia acabou. Não fiz muita coisa. Mas não custou tanto assim a passar. Já posso voltar para a cama, pensando: amanhã faço mais.
Fico aqui, no meu canto, sem vontade de sair de casa. Vontade até tenho, mas me assusto ao ver que os cinemas estão cheios demais, que ora faz muito calor, ora chove muito. Fico em casa, desencorajada. E tento trabalhar, mas vou daqui para ali, e não faço muita coisa. Leio o jornal, penso em alugar um quarto para um dos participantes do Rio + 20. Eu não! Esbarrar com alguém dentro de casa me faz sentir ameaçada. Acostumei com o silêncio, com a mesmice. E, além do mais, minha casa está cheia de livros, amigos que pedem um pouco de tranquilidade para serem curtidos. Ando, rodeio, computo, leio, penso, sonho, e, quando vejo, o dia acabou. Não fiz muita coisa. Mas não custou tanto assim a passar. Já posso voltar para a cama, pensando: amanhã faço mais.
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