As cerejeiras, com seu título tão poético, é tristíssimo. Passei o filme todo chorando, mas levem em conta minha empatia com o personagem. Ele perde a companheira de toda uma vida e se desorienta. Mas como não se desorientar? Ele, no entanto, teve a sorte de morrer 6 meses depois. Como retratar a tristeza de quem continua vivo e sofrendo por muito tempo depois? O bonito do filme são os personagens absolutamente medianos: ao contrário do Segredo, em Cerejeiras não existe um fator "heróico". Trata-se da vida de qualquer um, da insensibilidade que nos permite viver anos ao lado de alguém sem que nos detenhamos para conhecer um pouco melhor essa pessoa, e, no entanto, amando esse alguém desconhecido com devoção. Trata-se da impossível relação com os filhos, que precisam de nós, mas que nos repudiam para poderem ser indivíduos. Trata-se das surpresas que a vida nos traz, dos segredos que guardamos, das pequenas violências que cometemos e que nos fazem tanto mal, a nós e aos outros. Em resumo, um filme tristíssimo.
Mas a vida nos oferece amigos, sem que a gente nem coloque uma estrela de Belém para atraí-los. Eles chegam com ouro, incenso e mirra, em suas palavras e em seus gestos inesperados. Obrigada, Márcio, pelo comentário. Obrigada, Aninha, pelo apreço. Vocês alegram meus dias. São os meus Reis Magos (visitem o blog do Marcio e da Brenda, Imagem Semanal ), virtuais. Juntamente com os reis e rainhas que me procuram com palavras e presentes, vocês são aqueles que reparam o dique que mantem represadas as minhas lágrimas. Meus sorrisos são dedicados a todos vocês, que nunca me esquecem.
2 comments:
Obrigado pela recomendação. Beijos Marcio
Que possamos criar um dique com uma torneirinha que vá transformando suas lágrimas em sorrisos que só você sabe dar.
Bjs no coração.
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