Em primeiro lugar, fazer listas. É um exercício de organização, e ajuda a estruturar o pensamento. Só que eu sou uma desorganizada, e nunca as faço. E, quando faço, esqueço-as em casa… Mas, se eu cumprisse o meu dever, isso me facilitaria muito a vida.
Em segundo lugar, o prazer de comprar presentes. Não todos, não aqueles que a gente compra por dever, aqueles que só fazem provocar rombos no orçamento. Só aqueles que a gente deseja mesmo dar a pessoas especiais que iluminam nossas vidas, esses nos causam um grande prazer. Comprar aquele livro que vai fazer os olhos de uma amiga brilhar. Comprar o tom certo de baton para outra. A blusa que uma precisava, aquele presentinho absolutamente inútil mas que é lindo, e é a cara do presenteado. Aquele que é muito desejado por alguém … Essas compras me dão muita alegria.
Bolar cartões de Natal para amigos, é outra coisa que também me encanta. Faço uns cartõezinhos muito mal acabados ( meus dedos até que são hábeis, mas não tenho as ferramentas adequadas e não acho que precise comprá-las para trabalhar só no Natal), mas que, modéstia à parte, até são criativos.
Nos dois últimos anos, graças ao Histórias possíveis, outra coisa que me agrada é escrever contos de Natal. No ano passado foi uma historinha de amor, bem alegrinha "Natal no Leblon". Este ano, mais intimista, uma história da passagem do tempo em família "História do Natal".
Outra coisa que me dá muito prazer, são as reuniões de amigos. Amigo oculto, grupo de Proust, grupo novo, grupo velho, tradicional feijoada, mesmo sem tempo, às vezes até sem assunto, adoro ir a todas as reuniões que consigo. E fico morrendo de pena quando coincidem, pois aí tenho que abdicar de alguma delas.
Outra coisa que acontece comigo nesta época é ficar sonhando em lugares onde gostaria de passar o Natal e o Reveillon. Este ano fiquei desejando Egito e Jordânia. Engraçado, nunca tenho vontade de passar essa época em NY e Paris. Mas gosto muito quando vou a uma dessas cidades um pouco antes do Natal, para ver a decoração. Tudo tão lindo!
Para terminar, a árvore de Natal da Lagoa, e seus fogos de artifício. Ela é mesmo linda!
Desejar Feliz Natal às pessoas, sorrir a esmo, cheirinho de árvore de Natal, a sacola da Granado, com o Papai Noel botando polvilho nas botinas, para tirar o chulé, um monte de bobagens que vão enchendo meus olhos ora de lágrimas comovidas ora de estrelas de alegria.
E a correria. É por conta dela que paro por aqui. Acabei de lembrar que preciso sair!
Feliz Natal!
1 comment:
Pois eu nunca, desde garotinho, consigo me livrar do sentimento de que essa foi uma noite horrorosa para aquela família em fuga. Escapando do massacre em Belém, quando as mães foram esventradas (existe essa palavra?), as perseguições nos becos, a gritaria das famílias desconsoladas. Depois a família conswegue escapar, todo o dia no deserto, as dores começando em Maria enquanto José, com a barba sobre o ombra (essa é de Bernal Diaz del Castillo), vigia o tempo todo a retaguarda. Depois o abrigo imundo que servia para os animais - o parto sem a menor condição de higiene, sem água quente - como fazer fogo com as patrulhas lá fora, procurando os fugitivos? O Menino nasce e a mãe amedrontada tapa a boca da criança, pra que o choro dela não atraia a soldadesca. Que noite horrorosa deve ter sido aquea. O Menino veio imerso na dor do mundo e, 30 anos depois, o Homem partiu na mesma dor da humanidade - "Pai, porque me abandonastes?" Que destino terrível.
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