Saturday, September 27, 2008

Douce France

O Aznavour tem uma canção célebre que fala de como Veneza é triste. Eu gostaria de conhecer uma canção que dissesse como Paris é alegre. Em dias de sol, a cidade parece uma festa (Hemingway já disse isso), mas uma festa popular, onde todos saem para passear e sorriem, só pela beleza do dia. A cidade está linda, a Notre Dame, acho que pela primeira vez em minha vida, sem nenhum andaime, toda limpinha, bela, quase que juvenil. Os cavalos do Grand Palais, que foram removidos para limpeza e recolocados no mais brilhante dourado, voltaram à sua pátina verde, o que me alegrou. Estava tão acostumada com esse seu caráter, digamos, marinho, que seu disfarce solar me incomodava... Fui ao teatro, em Montmartre, assistir a uma peça histórica, sobre Mazarin: Le diable rouge. Adorei! Ah, um bom teatro, de verdade, com tudo a que se tem direito, desde cenário deslumbrante a figurino espetacular e, o mais imporante, atores impressionantes! Coisa boa! Na minha última noite, fui assistir a um concerto de cantos gregorianos na Notre Dame. A-do-rei! Várias canções e ainda um bônus: uma das cantigas de Santa Maria, do bom e querido Alfonso X, cantada em galego-português, falando sobre o compositor das canções, Adam de St. Victor. Era a historinha de uma das canções, que foi cantada a seguir, fechando a noite. Um encanto. Nas outras duas noites, nenhuma programação especial. A primeira foi uma noite de descanso, depois de uma longa e desconfortável viagem -- todas as vezes juro que será a última, mas, assim que desembarco, já começo a pensar na próxima, achando que Paris bem vale uma noite sem dormir... Na outra, visitas, trabalho, um pouquinho de cada. Valeu, pois estou com a agenda quase que tranquila.
Agora estou aqui na Langogne, participando de um aniversário que tem comemorações múltiplas: Já jantamos, já passeamos, já almoçamos, e ainda temos uma ceia, hoje à noite. Amanhã, uma maratona. Vou passar o dia viajando. Primeiro, dirijo minha linda e pequenina Fiat alugada, até Lyon. De lá tomo um TGV direto para o aeroporto. Aí tomo um avião para o Rio. Desembarco e tomo outro para Curitiba. Não, ainda não cheguei ao fim. Tomo um outro avião para Maringá e lá faço uma conferência, se conseguirem me manter acordada. Acho que vou ter que tomar umas injeções de cafeína. Na veia.
No dia seguinte, vou para outra cidade no Noroeste do estado, mas esqueci a ordem da viagem: Passo por Paranavaí, por Campo Mourão, por mais outras cujo nome não lembro agora. Termino em Curitiba, onde, no dia 4, farei uma leitura de contos e sessão de autógrafos no Quintana. Convido a todos os meus amigos de Curitiba, que desejarem me ver, para dar uma passada por lá. Venham, vou adorar dar um abraço apertado em todos.
Ah, quando tiver um pouco mais de calma, colocarei aqui as fotos do chateau onde as festas estão se passando.

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