Primeiro de maio, dia do trabalho.
Milhares (milhões?) de cariocas insistindo em levar uma vida normal, vida em que cabem os feriados e as comemorações, os passeios, os restaurantes, a brincadeira com as crianças, a leitura.
Enquanto isso, indiferentes à opinião da população, uma guerra se amplia. Violência, mortes, batalhas que seguem a estratégia alemã das blitzkrieg, ataques relâmpagos e inesperados (!) na cidade sempre de pé atrás. Conversando com uma amiga, outro dia, rimos porque, ao escutarem um estouro na rua as pessoas procuram abrigo, automaticamente, calejadas pelas balas perdidas. Depois, me envergonhei: carioca é assim, acha graça até onde não é para achar.
Lembrei, agora, do excelente romance de Lúcio Cardoso, Crônica da casa assassinada. Até porque encontrei a Norma Benguell, uma Nina inesquecível, na ABL. Pois é. Estamos assistindo à Crônica da cidade assassinada, obra coletiva, e ninguém consegue parar este despropósito.
Mas, maio chegou. É o mês de Maria, mês das mães, quem sabe há alguma esperança?
2 comments:
Ainda que destrambelhadamente, é prefirível crer na esperança...
abraço.
Esses comentários seus continuam atuais, hoje dia 28 de julho de 2010,infelizmente para a cidade. Até na Fonte da Saudade deu ladrão, dias seguidos, e eu vou lá a cada dois meses.As imagens da TV mostravam isso mesmo: depois do assalto teve até gente que deitou no chão, de tão exausta emocionalmente. Beijocas, Tereza.
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