Sunday, February 11, 2007
Fim, final
Pois é. Este foi um caso de livro que começou agradando e que foi perdendo o fôlego a cada página virada. Deixei-me enganar, ou estou sofrendo de um caso agudo de ciúme: porque é que ele já vai no sétimo livro e eu fico batalhando para publicar o meu segundo? Ainda existe espaço para a literatura, a arte? Por que o livro agora é um produto industrial, regido pelas leis de mercado, e blah, blah, blah. Para finalizar os comentários acho que a tradução deveria ter torcido um pouco o título, para revelar melhor o conteúdo: Parque lunático. Me lembrei de um livro muito ruinzinho de Mário de Andrade, chamado O banquete. Pouca gente conhece, ficou inacabado devido à morte do autor. Embora o formato estivesse pesado e discursivo, as idéias eram boas, as críticas pertinentes. O prato que os americanos levam ao banquete é uma salada: linda, colorida, variada, mas sem substância e usando as coisas todas sem critério. O Bret faz isso, junta batata frita com sorvete de creme e tenta nos convencer de que se trata de nouvelle- nouvelle cuisine. História de fantasma, droga, sexo (pouco), reality show, psicanálise, uma pitadinha de Shakespeare (Elsinore, Fortimbrás, o fantasma do pai, tudo isso é Hamlet), demonologia e psicanálise, um pouco de tudo ao invés de saciar, enjoa. Terminei o livro nauseada. Mas terminei e isso se deve ou à minha paciência ou a algum talento do autor. Suponho que ele tenha talento, pois estou cada vez mais sem paciência... E chega!
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1 comment:
Darling, que surpresa seu blog: sucesso e longa vida. Coincidentemente, li Luna Park logo depois da chegada daquele nosso encontro no Paraná. A vida pulou de pernas para o ar: minha mãe arrumou um "quid pro quo" com minha empregada, que foi embora. E eu sem empregada não sou gente: a-do-ro cozinhar, mas passar pano no chão...E fico exausta, com dor nas costas, cheia de alergias(tenho alergia a quase todos os produtos de limpeza, e logo vou ficando sem ar, com a garganta fechando). Talvez seja a idade.
Pasme, queriducha, eu gosto do Bret Easton Ellis. Desde 1986, quando li Bellow Zero ( acho que Abaixo de Zero). Muita cocaína para meu gosto;porém, entre as linhas, tinha uma verdade. Não sei bem qual é, mas tinha.
Com Lunar Park, o negócio ficou mais evidente. Nesse meio de tempo, teve o Psicopata americano.
Mr. Ellis sabe escrever; tem imaginação, também. Além disso, tem uma capacidade de como uma fênix ressurgir de um fracasso, pulando de sucessos retumbantes a crises causadas por ressacas de drogas e, como diriam nossas avós, más companhias.
O livro está aqui na minha frente. Tenho que sair e acho que ele vai comigo. Gosto de reler uns trechos de livros que já li.
Na prior das hipóteses, gostaria de ganhar o que ele ganha. Talvez só o que ele ganhou com Abaixo de Zero. Como não me drogo, com esse dinheiro ia para Veneza, passar um mês todo lá, antes que ela afunde por causa do aquecimento global.
Beijos da Berthe
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