Não fui muito explicita no post anterior, pois o Bret não é o Bret; é uma maneira meio proustiana de escrever, onde o narrador em primeira pessoa se coloca ambigüamente como autor, e no caso em questão, ele amplia esta ambiguidade colocando seu próprio nome e o nome de amigos do mundo real numa história cujas fronteiras se diluem. O que me desagrada, eu acho, é isso -- tentar levar essa curiosidade de leitores de coluna de fofoca para dentro da literatura, dando a essa curiosidade vazia uma espécie de legitimidade artística. Essa fábrica de notícias auto-referentes, formula que foi descoberta pela revista Caras (aqui no Brasil acho que foi Caras, no mundo não sei) e que é explorada por esses programas de TV de cercadinho me deixa muito impaciente. Na revista, eles criam uma ilha, um castelo, sei lá mais o que, convidam os "caras-de-pau" e isso se torna notícia. E, o fato de um barão, ou conde, ou duque, sei lá, arruinado, estar recebendo em seu castelo um bando de pessoas que vestem a grife X, comem a comida Y, usam a maquiagem Z se torna um assunto relevante, embora não tenha nenhuma conseqüência. É esse vazio que me incomoda, e não a diluição entre ficção e não-ficção. Até porque, como já disse, toda narrativa se afasta do real, por que editada...
Continuo depois. Chega de seriedade por hoje,
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