Monday, June 04, 2012

Presentes

Tenho um amigo que faz aniversário por esses dias, e ando à procura de um presente para ele, alguma coisa de especial, que revele o quanto ele é querido. O problema é que nos conhecemos desde crianças, mas sei muito pouco de suas preferências. Será que a gente chega a conhecer o outro, algum dia?
Tenho o péssimo hábito de "construir" as pessoas ao meu redor. Conheço Fulano e Beltrano, Sicrana e Virana, mas o que sei de cada uma dessas pessoas? Retalhos… Uma gosta de coisas africanas, outra prefere coisas de grife; um adora poesia, outro coisas de tecnologia; um é de praia, outro de montanha… Sei que praticamente todos os meus amigos gostam de ler, e isso dificulta: provavelmente eles já leram os livros que penso em dar. Houve um tempo que eu dava ótimos CD's, músicos que aprendi a garimpar graças ao interesse do Guilherme por jazz. Agora, no entanto, ninguém escuta mais CD's…
E eu, graças à minha própria personalidade ansiosa, e que fui ensinada que não devemos deixar a conversação "morrer", acabo por interromper silêncios que poderiam levar às confidências, para ficar contando coisas que aprendi em livros. Aliás, uma vez, uma amiga me perguntou se eu nunca tinha vivido alguma coisa, pois só falava sobre o que tinha lido… Aí está o problema: nunca li uma biografia de meu amigo, e ser apenas uma testemunha de sua vida não me habilita a conhecê-lo, pois só conheço o que leio.
Este é meu grande defeito, e minha maior qualidade: sou uma leitora, vivo através de minhas leituras, roubo as experiências dos outros e as transformo nas minhas emoções. Nossa, será que sou mesmo assim? Não sei, ainda não li a minha biografia ;-)


1 comment:

Anonymous said...

Olá, querida!!! Olhe, o que importa é o gesto mais do que o presente em si, mas isso é claro que você já sabe! E que tal as coisas mais fáceis, tipo vinho, espumante, um mix de nozes, chocolate meio amargo ou bombons cheios de licor ou com frutas deliciosas, etc (engraçado que só me vêm à mente coisas de comer e beber que não impedem uma boa conversa...). Nos tempos idos, numa aula de filosofia no curso clássico, a professora disse que éramos três pessoas: a que nós achávamos que éramos, a que os outros achavam que éramos e a que éramos mesmo... Ou seja, é uma tarefa inglória essa de descobrir quem somos totalmente e já desde muito tempo os filósofos e literatos vêm escrevendo sobre isso! E tem mais: qualquer presente dado por você e acompanhado do seu sorriso é dos deuses. Pode me dar qualquer coisa que eu vou amar. Aliás, amei o livro das entrevistas dos escritores e o gerânio, que você nem sabia que era a minha flor preferida!!! Resumindo: siga sua intuição e sorria na hora da entrega do presente!!! Beijos, T.T.