Bem, seja nos parques, seja nas ruelas, Paris e Roma nos encantam e surpreendem, e nos fazem pensar nos caminhos e desvios da História.
Monday, June 13, 2011
E lá se vão os dias…
Os dias passam, mas a chuva não. Ela vai, mas volta e, quando cai, é gelada. Não tem jeito, o verão em Paris é muito frio, mesmo! Nisso os dias vão passando. Ir a museus, desistir de ir a museus por causa das filas extraordinárias, caminhar pelo Marais e ver o incessante vai e vem de pessoas, ficar sem coragem de passear pelos Champs Elysées, imaginando "la foule", passear pela beira do Sena, passar e repassar pela Tour Eiffel, que acaba se tornando um objeto de reflexão. Quando a gente se aproxima dela, suas proporções impressionam, as torções impressionam, as fundações enormes nos obrigam a pensar: como é que construíram isso pensando que seria provisória? A ideia desses homens do passado era diferente da nossa, ou o tempo era diferente do nosso, de outra qualidade, mais denso. Estou como Clarice, sem saber como dizer as coisas, tateando. Ontem, passei em frente à Trinité. Enorme, com sua torre central, escadarias, jardins, estátuas, nichos, decorações, e, surpreendentemente construída em 1860 - o que a faz muito nova em comparação com as outras igrejas de Paris. As dimensões impressionantes a aproximam da Torre, que foi construída unas décadas depois. Mas essa é a época da Paris que nos impressiona: Haussmann, derrubando tudo e abrindo largas avenidas e boulevares, nos lugares das antigas muralhas. Napoleão, com seus arcos de triunfo e os obeliscos trazidos de "souvenir" do Egito. Acho que mais de metade das ruas de Paris (é um chute exagerado) tem nomes de batalhas: Iéna, Marengo, Austerlitz, sei lá que mais. Ou de generais, os herois do tempo de Napoleão. O Champs de Mars, com sua Escola Militar, enorme, rodeada de praças e de bistrots ( dos oficiais, da escola, da batalha etc). Paris se sustenta entre a luta e a fé. Existe a Sorbonne, é verdade, que nasceu católica. Mas a Sorbonne não tem a monumentalidade dessas outras construções, está imprensada entre as ruelas do passado medieval, vestígios da mais antiga Paris, quase que ainda de Lutèce. Esta parte de Paris, labirintica, é parecida com Roma. E aí a gente vê um contraste: a monumentalidade em Roma está na antiguidade, na Roma Imperial. Aqui a monumentalidade também se deve ao Império, só que este ocorreu no século XIX. Não que não houvesse construções magníficas e monumentais em outra época, claro. Notre Dame, o Louvre, outras igrejas e palacetes, mas elas não possuem uma perspectiva, um espaço que convide o povo a se admirar delas. Só Versailles, que não está em Paris, no entanto. E o Louvre, que ganhou sua perspectiva a partir do eixo dos Arcos triunfais.
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2 comments:
Achei seu blog nem me lembro onde e gostei muito, tenho lido e me espanto de que esteja ainda tão frio em paris. Estive por aí entre novembro e dezembro do ano passado, vi as primeiras neves bem leves, foi uma experiência de maravilhamento, depois foi esfriando mais e a graça foi se perdendo pq não convivo bem com frio. Estou para voltar no próximo ano, talvez em maio para ver a primavera, mas penso se ainda estará frio, ou se paris é sempre fria ::)) Sei que julho e agosto é verão, mas já me disseram que nesses meses todos são estrangeiros na cidade, que ela fica menos acolhedora, muitas filas. Enfim, estou por aqui caminhando com você ::)
um abraço,
clara lopez
Paris não tem meio termo: se vier no verão, tem que trazer roupa para as duas estações: verão e inverno. Quando faz calor, é muito quente e nenhuma brisa sopra. Se esfria, o vento não para de soprar. E chove muito, aqui. Conselho: trazer um casaco (sempre!), guarda chuva (e capa, se quiser) mas vestir uma camiseta por baixo, pois o sol pode abrir e cocê pode morrer de calor! Obrigada por ler o blog e comentar. Fico contente.
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