Minha amiga Fafá (que não é de Belém) acaba de me mandar esta mensagem, dizendo que este é o mantra para o novo ano. Compartilho com vocês, pois quero mais é estar "feliz entre os felizes". Vamos abrir nossas janelas e deixar a felicidade entrar, combinado? Na verdade, vou é abrir as portas para a felicidade, pois não quero que ela entre na minha vida pela janela, tadinha, com risco de se machucar, ou perigando ser confundida com um assaltante. Abro a porta e a janela, ela que entre, e traga sua comitiva. A gente sempre encontra lugar para mais um, quando as visitas são queridas.
Guido me mandou a foto acima. Só consegui postá-la neste tamanho, e a cor da letra mudou sozinha, ou por causa dela, sei lá. Esses mistérios cibernéticos são variados, e eu sou muito preguiçosa para decifrá-los. Sem falar que gostei da cor. Gosto de azul. Mas queria ampliar um pouco a foto que ele, amigo virtual, mas nem por isso menos atento, me mandou com a certeza de que eu gostaria. Gostei mesmo, é mais um "auto-retrato" para minha galeria! Obrigada, Guido. Seus comentários são sempre benvindos, fico feliz por merecer sua amizade.
Dizem que a cor do ano é verde, cor de Vênus, que vai reger o novo ano. O horóscopo do Globo manda-me vestir "verde elétrico", mas não tenho noção de que cor seja essa. O horóscopo chinês diz que o ano será do Tigre, mas que só vai começar no dia 14 de fevereiro. A tradição manda comer lentilhas. Outros mandam comer uvas. Uns mandam pular sete ondas. Outras dizem que é essencial comer 12 uvas, em cima de uma cadeira, num pé só, fazendo seus pedidos para o Ano Novo – Gente, se eu for fazer isso só poderei pedir para não quebrar uma perna! Não devemos comer aves na ceia, pois as ditas "ciscam para trás", o melhor é comer porco, que "fuça para frente". Em Portugal, ninguém passa bem o ano se não comer bacalhau. Devemos usar amarelo para que o dinheiro não falte no novo ano. Faz bem comer romã. Outros dizem que faz bem comer tâmaras. Junte a isso a repetição do mantra e já começamos o ano exaustos, de tanto cumprir obrigações!
Lembrei de como trocar a cor da letra, mas me entusiasmei e resolvi colocar cada parágrafo numa. Este aqui é para lembrar os reveillons do passado, quando a praia era um enorme terreiro de macumba, e os batuques começavam cedo. Um monte de ônibus chegava com dias de antecedência, e as pessoas ficavam ali, dormindo e comendo à volta do veículo estacionado na praia. De onde viriam? Acho que de Minas, de cidades do interior, todos querendo prestar suas homenagens religiosas. Talvez por isso mesmo São Pedro fosse mais camarada, e não mandasse chuva na noite de 31. A gente se admirava com o "loteamento da praia", toda dividida em terreiros, a areia aplainada, folhas de palmeiras e coqueiros delimitando áreas, e uma profusão de velas, todas enfiadas em buraquinhos na areia que impediam que a brisa do mar apagasse as chamas alegrinhas e dançantes. E todo o mundo dançava. Dançavam os "santos" dançavam as pessoas que perambulavam entre os terreiros, dançavam os devotos que levavam barcos cheios de oferendas, dançavam as mulheres que jogavam flores no mar, e paravam um instante para ver se as ondas levavam suas ofertas ou se as traziam de volta. Se íamos passear na praia, levávamos "passes", quiséssemos ou não. Eu não gostava nada daquilo, aquelas pessoas estranhas cheirando a cachaça e me baforando com a fumaça de charutos, mas não tinha como escapar: era uma menina lourinha e bem educada, funcionava como uma espécie de ímã. E meu avô achava que aquilo era de muito bom augúrio.
(Este parágrafo era para ser amarelo, mas ia ficar ilegível, mas pensem nele como amarelo, por favor)As simpatias para ganhar dinheiro só me foram ensinadas muito mais tarde. Minha avó, o que queria, era que a casa e a mesa fossem sempre fartas, por isso devíamos passar a meia-noite com comida sobre a mesa. Até hoje deixo uma garrafa de vinho e alguma coisa comestível sobre a minha, por causa disso. Depois aprendi que devíamos enfeitar a casa com trigo. Tudo bem, os arranjos ficam bonitos mesmo. E me ensinaram a simpatia dos Reis Magos, para guardar na carteira. À medida que vamos ficando mais velhos, vamos ficando mais e mais "soterrados" de tradições e crenças. Chega num ponto que, ou abandonamos tudo, ou precisamos de duas noites para celebrar o reveillon, pois numa só não conseguimos terminar.
Já usei o vermelho, então fico com essa cor de rosa puxadinha para o lilás, a fim de falar sobre as coisas do coração. Houve uma época em que isso me interessava muito. Queria o vermelho da paixão, e o rosa do amor. Era uma dificuldade me vestir para a ocasião. Branco, pois era (ainda é) o costume. Uma peça de roupa precisava ser amarela ($$$$) outra vermelha (paixão), outra rosa (amor verdadeiro)… No ano em que me vesti de azul e branco, no entanto, foi o que me achei mais feliz. Estava de bem comigo, passei o reveillon de bikini e kanga, à beira da piscina, em Angra. Não me preocupei com as cores, e foi o ano em que tudo deu certo, vejam só. Em 05/06 passei a noite de preto. Achei que ia deixar todo mundo chocado, mas, como estava num hotel cheio de estrangeiros, havia incontáveis outras pessoas também de preto. Foi bom ter ido viajar, não ofendi ninguém com meus trajes.
Volto ao pretinho de sempre, a melhor cor para a escrita. Desejo a todos muitas felicidades, em tecnicolor. Escolham vocês a cor que quiserem, repitam os mantras que julgarem melhor, festejem, recolham-se, escolham a praia ou a montanha, fiquem com a família ou saiam com os amigos. Que o ano nos traga a todos bons livros. Que os dias de 2010 nos encontrem cheios de entusiasmo. Que as noites de 2010 sejam em boa companhia. Que as razões para comemorar sejam muitas. Que a grana seja abundante e que as dívidas sejam poucas. E que ninguém tenha indigestão.
1 comment:
Há muito tempo o máximo que tento manter é uma peça branca em meu vestuário. Esse ano por exemplo foi branco e verde. E assim vou levando. Nunca segui a comilança de uvas ou o exercício dos pulinhos. Já sou paranoica demais com outras coisas. rsrsrs
Um 2010 de muita paz, saúde e alegrias para você. Bjs
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