Sábado lá fui eu para prestar minhas homenagens ao Empurra. Cheguei na hora, fantasiada de alguma coisa que foi interpretada como cigana (várias pessoas me pediram que lesse suas mãos, e eu não me fiz de rogada: cigana do bem, só lia coisas boas nas linhas que me apresentaram. Para uns, era a fortuna; para outros amores incontáveis e ardentes; para alguns, saúde e longa vida; para outros bons empregos; para mim mesma, uma festa – tinha encontrado o que ler até mesmo num bloco!) O problema foi que, quando o bloco começou a andar e eu a segui-lo, descobri que ali não era meu lugar. Aquele ritmo lento, o para aqui que eu vou ali, a troca de fluidos corporais e de cheiros nos inevitáveis encontrões, essas coisas só mesmo com muita devoção. Segui o bloco até o meu limite: a minha rua. Quando cheguei na minha esquina, parecia que tinha chegado às portas do paraíso!
Resultado, no domingo, acordei cedo, mas não fui ao famoso Cordão do Boitatá, simplesmente porque ele não ia passar na minha esquina e eu não ia conseguir me libertar assim com essa facilidade. Pois tem aquela coisa dos amigos, e da longa volta para casa sozinha, e eu no fundo, no fundo, sou uma pessoa assustada, tímida e meio desanimada: animal de sangue frio, que necessita do calor do grupo para se aquecer… mas que se esgota rápido, como fogo de artifício.
O Caminho, e o Carnaval, são para aquelas pessoas que têm, dentro de si, um braseiro ardendo devagar, por muito tempo. Fico aqui, então, declarando encerrado o meu Carnaval. Vou aos filmes, aos livros, aos sonhos.
1 comment:
Juro que se vc for eu vou, pois sempre achei vc tão improvável como eu para esse tipo de programação. quem sabe programamos para ir junto... Tk
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