Tuesday, February 24, 2009
Dos Cinemas no Carnaval
Mudaram os Carnavais ou mudei eu? Antigamente, nos poucos Carnavais em que ficava no Rio, a cidade se transformava num lugar encantado: pouca gente, muitos turistas, lugares em todos os restaurantes e cinemas. Nas ruas, pouquíssimos carros. O Carnaval de rua tinha saído de moda, e só uma ou outra banda, ou um ou outro bloco mais enraizado, continuavam a tradição. Me lembro de um aqui no Leblon, de homens que se fantasiavam de mulher e jogavam futebol na praia. Não me lembro do nome, mas me lembro que todo Carnaval aquela turma saqueava os armários das mães, irmãs ou namoradas e exagerava na maquiagem, nos enchimentos, nos trejeitos. E era tudo ali, no final do Leblon, no cantinho da praia que hoje foi dedicado ao Zózimo e à Cedae. Pelas ruas, só me lembro da passagem da Banda de Ipanema. Mas não vou falar de Carnavais passados, isso já está até parecendo livro do Dickens, ou filme da Disney: cada cronista desencava o espectro dos carnavais passados, e o espírito dos carnavais futuros, para nos tocar a sensibilidade. Eu só quero mesmo é reclamar dos cinemas cheios, ou dos abusos dos administradores das salas, que alegam falta de ar condicionado, problemas no som, lugares esgotados para impedir que passemos uma tarde tranquila e divertida. Todas minhas tentativas cinematográficas foram frustradas ou frustrantes. Fui ao Estação Ipanema a fim de ver Quem quer ser um milionário. Enfrentamos fila, para comprar ingresso e para entrar na sala, e, depois de instalados em nossos lugares, fomos expulsos por um " problema no som". Fui ao IMS ver um documentário: tivemos que assistir o filme sem ar condicionado… Fui duas vezes ao Kinoplex Leblon – ingressos esgotados. Voltei ao estação Ipanema, nada de ingressos para o Quem quer ser um milionário, e acabei assistindo o casamento de Rachel. Desisti dos filmes, também, me dedico à praia e aos livros. A praia está cheia, a água está suja, mas a brisa está agradável, e os livros são amigos fiéis, não me falham. Já que não consigo ver o filme, leio o livro que originou o roteiro, presente que o Márcio me deu, envolto em colares de havaiana e em serpentina. Obrigada, Márcio! E, daqui de meu cantinho, olho as ilhas meio dissolvidas na bruma, escuto Nana Caymmi cantando, e volto para meu livro, que agita suas páginas na brisa, me chamando. Depois eu conto.
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