Friday, April 13, 2007

Sexta-feira 13

Arruda! Canela! Sal grosso! Trevo de quatro folhas! Ferradura!
Se eu tivesse nos arquivos alguma dessas imagens, estaria ilustrando o post com elas. As notícias de hoje porém, são as melhores possíveis: Nascimento de Adriana -- Bem vinda ao mundo, uma texana de coração bem brasileiro! Leitura de Paul Celan no blog de Vera Helena, o Palimpsesto. Quis deixar um comentário, mostrando meu entusiasmo, mas não acertei a senha! Acho mais fácil acertar a mega-sena do que as senhas que se interpõem em meu caminho... Penso que se Drummond fosse escrever seu poema hoje, substituiria pedra por senha.
Meu cérebro irriquieto lembrou que pedra e senha se combinam na história de Ali Babá. Teria sido ele o primeiro hacker da história (ou das histórias)? Afinal, ele é um ladrão de senha - Abre-te, Sézamo! A segunda é a princesa (ou seria camponesa?) de Rumpelstiltskin, juntamente com o príncipe de Rapunzel: Rapunzel, joga as tuas tranças! Hoje, nenhuma dessas senhas nos serviria. Estamos limitados a oito caracteres alfanuméricos que não devem lembrar nada pessoal. Não devemos utilizar telefones, datas de nascimento, nomes de conhecidos. Não devemos utilizar a mesma senha para vários sites, devemos trocar de senha com frequência, e não devemos anotá-las para que um possível ladrão não se apodere delas... Estamos em guerra, e cada um de nós é sua própria central de codificação. Ah, quanta complicação.
Queria viver num mundo de portas abertas, fronteiras abertas, sites livres. Estou cansada de tanta proteção, tantas grades, tantas barreiras. Por isso é que gosto dos livros. Suas páginas se abrem, oferecidas; seus códigos pertencem a muitos e deviam pertencer a todos, pois ler e escrever é um direito de todos e não um privilégio de alguns. Detesto essas capas de celofane ou plástico, tentativas de impedir a entrega das páginas aos olhos ávidos. E dou graças por não venderem mais aqueles livros de páginas por rasgar, que me obrigavam a estratégias de leitura que me deixavam de olhos tortos. Nunca tinha comigo algum instrumento cortante e abrir as páginas com os dedos era garantia de rasgar o papel em lugares indevidos.
Vera Helena, o comentário que não deixei em seu blog era a explosão de minha alegria ao descobrir que você também gosta de Paul Celan, o poeta mais vertiginosamente triste e docemente melancólico que conheço. Que bom que a gente se descobriu! Visitem o Palimpsesto, meus queridos leitores. Vocês vão adorar.

4 comments:

Vera Helena said...

Lúcia
Que honra! Obrigada pelo comentário. Realmente, Paul Celan é um dos meus poetas favoritos e a poesia em meu blog tem um significado especial para mim Qualquer dia te conto.(obs: esqueci de especificar o tradutor da poesia, Flávio R. Kothe). A propósito, a-do-rei, senha no lugar de pedra no meio do caminho...

Beijos

Renata Wirthmann said...

Lucia, minha prima siamesa, recebi o seu email, mas ando correndo que nem um doido, terminando tese de mestrado, lançando livro de poemas pela UFG e, claro, envolvido com o processo que envolve a publicação do Casa entre Vértebras. Vc o André que são sescpremiados veteranos já devem estar acostumados, mas para mim ainda agora pareço estar sofrendo de uma certa irrealidade permanente...
bjo

Linhas do desassossego said...

Pois é, sexta-feira 13 e dia do beijo! isso me soa a algo paradoxal, não sei...

Unknown said...

Cada post seu é um flash!!!Beijocas, T.T.