Hoje é o dia da visita dos 3 Reis Magos. Quando era pequena, e montávamos o presépio, eu nunca o achava completo se os três reis – e seus respectivos camelos – não estivessem devidamente representados! Aliás, falando nisso, penso que esta é uma característica minha: preocupar-me com os coadjuvantes! Portanto, o meu presépio precisava de ter 3 reis, 3 camelos, pelo menos um anjo com uma tabuleta "Hosana nas Alturas e Paz na Terra entre os homens de boa vontade." (Acho que eram estes os dizeres). Eu gostava muito da palavra Hosana, já não sei por quê…
Também precisava de uns dois pastores, meia dúzia de ovelhas, uma vaca, um burro, uma estrela com rabinho de cometa. Uma cabaninha, e a mangedoura, claro. Houve um ano, em que, já adulta e mais hábil em montagem de presépios, que extrapolei. Com o Guilherme, cujos presépios da infância também eram caprichados, juntamos musgo, criamos laguinhos e rios, um terreno acidentado cheio de rochas. Conseguimos árvores que compramos numa loja de modelos de trens e que estavam completamente fora de proporção com as figuras. Acho que, naquele ano, tivemos patinhos, mas posso estar enganada. Com certeza absoluta, tivemos uma orquestra de anjos que ostentavam instrumentos diversos como harpas e violinos, trombetas e cellos. Nosso presépio estava tão caprichado que, finalmente, chamou a atenção das crianças. O que foi muito bom, mas também decretou o fim da integridade das figuras (por sinal muito toscas) Os camelos ficaram lascados, os anjos sem instrumentos, ou sem asas, etc, etc. A partir daí o presépio, a cada ano ia se simplificando, com suas figurinhas coladas e patéticas encenando sempre a chegada dos Reis Magos. Que uns anos se aproximavam lentamente, por exigência das crianças, e outros se postavam logo ao lado do trio principal, e lá ficavam acumulando poeira e esperando não se despencarem das alturas hosanais. Depois, tudo acabou. Não fiz mais presépios, nem árvore. Ano passado, armei uma pequenina árvore. Este ano, montei um presépio simplificado na sala, armei uma árvore em Angra. Mas meu Natal já não tem mais encanto. Já que estou neste clima de saudosismo, falo da árvore que montávamos: Eu pegava as crianças e fazia uma oficina de natal: Criávamos nossos enfeites. Anjos, bolas, guirlandas, tudo era feito por nós mesmos. Houve um tempo em que eles achavam essa a árvore mais linda do mundo: era obra deles, alguns enfeites eles guardavam de ano para ano, achando tão excepcionais que não queriam se desfazer. Acho que foi lá nos EUA que eles mudaram de opinião: as árvores passaram a ter enfeites comprados. Concordo que são mais lindas, essas árvores compradas prontas. Mas as que mais me encantaram foram aquelas que fizemos, carinhosamente.
As árvores do guloso do meu marido, quando ele era pequeno, eram enfeitadas com biscoitos embrulhados em papel "alumínio", como ele chamava, de diversas cores. Eram uns biscoitinhos bem gostosos, cobertos de chocolate e ele ia roubando os enfeites, um a um, enquanto olhava as luzinhas piscando, coloridas. Creio que minha sogra devia repor os biscoitinhos, sem que ele reparasse. Nunca tive coragem de fazer isso em nosso clima: medo de baratas, eu acho. Ou de chocolates melados pela casa. Nos EUA, usam aquelas bengalinhas de hortelã, mas só eu gostava daquela balinha e desisti de colocá-las na minha árvore, para evitar ficar comendo o que não devo.
Falei de árvores, e quase não falei dos 3 reis, cujos nomes Baltasar, Melquior e Gaspar, ficaram para sempre gravados em minha memória. Este ano, em que finalmente passeei de camelo, fico imaginando os pensamentos profundos em que deviam estar imersos durante a viagem. Pensamentos de esperança. Que esta esperança nos acompanhe, num tempo tão desesperado. Que o ouro, o incenso e a mirra não nos faltem. Riquezas, perfumes e temperos, facilitando nossa jornada… E que a lição, a linda lição de reis se curvando frente a uma vida que desponta, nos sirva a todos: respeitar a vida, em todas as suas manifestações!
Também precisava de uns dois pastores, meia dúzia de ovelhas, uma vaca, um burro, uma estrela com rabinho de cometa. Uma cabaninha, e a mangedoura, claro. Houve um ano, em que, já adulta e mais hábil em montagem de presépios, que extrapolei. Com o Guilherme, cujos presépios da infância também eram caprichados, juntamos musgo, criamos laguinhos e rios, um terreno acidentado cheio de rochas. Conseguimos árvores que compramos numa loja de modelos de trens e que estavam completamente fora de proporção com as figuras. Acho que, naquele ano, tivemos patinhos, mas posso estar enganada. Com certeza absoluta, tivemos uma orquestra de anjos que ostentavam instrumentos diversos como harpas e violinos, trombetas e cellos. Nosso presépio estava tão caprichado que, finalmente, chamou a atenção das crianças. O que foi muito bom, mas também decretou o fim da integridade das figuras (por sinal muito toscas) Os camelos ficaram lascados, os anjos sem instrumentos, ou sem asas, etc, etc. A partir daí o presépio, a cada ano ia se simplificando, com suas figurinhas coladas e patéticas encenando sempre a chegada dos Reis Magos. Que uns anos se aproximavam lentamente, por exigência das crianças, e outros se postavam logo ao lado do trio principal, e lá ficavam acumulando poeira e esperando não se despencarem das alturas hosanais. Depois, tudo acabou. Não fiz mais presépios, nem árvore. Ano passado, armei uma pequenina árvore. Este ano, montei um presépio simplificado na sala, armei uma árvore em Angra. Mas meu Natal já não tem mais encanto. Já que estou neste clima de saudosismo, falo da árvore que montávamos: Eu pegava as crianças e fazia uma oficina de natal: Criávamos nossos enfeites. Anjos, bolas, guirlandas, tudo era feito por nós mesmos. Houve um tempo em que eles achavam essa a árvore mais linda do mundo: era obra deles, alguns enfeites eles guardavam de ano para ano, achando tão excepcionais que não queriam se desfazer. Acho que foi lá nos EUA que eles mudaram de opinião: as árvores passaram a ter enfeites comprados. Concordo que são mais lindas, essas árvores compradas prontas. Mas as que mais me encantaram foram aquelas que fizemos, carinhosamente.
As árvores do guloso do meu marido, quando ele era pequeno, eram enfeitadas com biscoitos embrulhados em papel "alumínio", como ele chamava, de diversas cores. Eram uns biscoitinhos bem gostosos, cobertos de chocolate e ele ia roubando os enfeites, um a um, enquanto olhava as luzinhas piscando, coloridas. Creio que minha sogra devia repor os biscoitinhos, sem que ele reparasse. Nunca tive coragem de fazer isso em nosso clima: medo de baratas, eu acho. Ou de chocolates melados pela casa. Nos EUA, usam aquelas bengalinhas de hortelã, mas só eu gostava daquela balinha e desisti de colocá-las na minha árvore, para evitar ficar comendo o que não devo.
Falei de árvores, e quase não falei dos 3 reis, cujos nomes Baltasar, Melquior e Gaspar, ficaram para sempre gravados em minha memória. Este ano, em que finalmente passeei de camelo, fico imaginando os pensamentos profundos em que deviam estar imersos durante a viagem. Pensamentos de esperança. Que esta esperança nos acompanhe, num tempo tão desesperado. Que o ouro, o incenso e a mirra não nos faltem. Riquezas, perfumes e temperos, facilitando nossa jornada… E que a lição, a linda lição de reis se curvando frente a uma vida que desponta, nos sirva a todos: respeitar a vida, em todas as suas manifestações!
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