E a ceia. Sempre festiva, nas noites de Natal e de Ano Novo. Muitas opções. Direito a coca-cola, bebida mais rara que champanhe, em minha casa. Hoje, ceia para mim tem outra conotação. Tantos anos estudando a Ceia de Leonardo da Vinci, já virei conviva. Nesta ceia, só idéias, além de pão e de vinho. E ecos do passado, planos de futuro.
Sunday, August 09, 2009
Pensando na Ceia
Querem coisa mais linda que dizer que a gente está pensando na "Ceia"? Ceia é uma refeição vestida de festa, com ares literários e coisa e tal, fumaças religiosas, que tem, ao mesmo tempo, uma conotação frugal (afinal, é ceia, uma refeição logo antes de dormir, não dá para a pessoa comer muito) e luxuosa, de excesso (pois o cara já jantou, comer a ceia significa que a casa é farta, que o conviva ficou acordado até tarde, já teve tempo até de digerir a refeição servida no final do dia. Querem saber o oposto de ceia? É "lanche", aquela história de que "lá em casa abolimos o jantar, a gente só faz um lanche"… Que tristeza, aquela mesa de toalha encardida, com louça desbeiçada servindo um café com leite na companhia de um pão com manteiga que não satisfaz a ninguém, mas que deixa uma sensação de estômago cheio graças ao fermento… E pensar que, quando eu era criança, minha refeição favorita era o lanche. Lanche reforçado, com prato de sonhos, queijo de minas, presunto. Ou com sanduíches de carne assada, ou pastéis acabados de fritar… Os lanches de minha infância só aconteciam aos domingos, dias de "ajantarado", aqueles almoços que saíam depois da hora e nos encontravam a todos famintos pelas iguarias fora do comum, e nem sempre apreciadas. Por exemplo: angu a baiana, que me deixava absolutamente indiferente e até mesmo frustrada, pois era um prato do qual eu não gostava de nada. No dia de mocotó, que eu também não gostava, eu me salvava com o pirão. Era o que eu comida. Dia de rabada, sempre era a batata o que me agradava (depois passei a gostar de agrião). Dia de angu era o fim do mundo. Morta de fome, vendo todo o mundo comer, e eu tendo que embromar até a hora da sobremesa. O pior era quando, de sobremesa, faziam torta de banana. Tudo aquilo que eu não gostava. Bons mesmos eram os dias dos assados: pernil, lagarto, frango, fosse o que fosse, na companhia de uma farofinha generosa, de maionese, de batatinhas coradas…
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1 comment:
uhn... meu deixou com água na boca... toma cuidado Lúcia, nessa nossa era de ossos na moda, the lipo age, ressaltar a beleza e importância da ceia e da mesa farta é quase crime!
Leo Villa-Forte
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