Friday, June 12, 2009

Carne Trêmula e outros celulóides

Acordei pensando em cinema, talvez porque tenha ido ao cinema ontem de noite, depois de um longo jejum. Fui ver A partida, um filme sobre os rituais da morte, da despedida. Claro que isso mexe comigo, ainda mais nas vésperas de um dia como hoje, todinho dedicado ao "amor".  Aí, depois de muito tempo com essa minha internet pisca-pisca, descobri que hoje ela estava funcionando, e aproveitei para ver mensagens, facebook, blog… que saudade de meus amigos. André, no Rechavia, tem escrito muito e eu tenho muito que ler. Ana Cristina, Leila,Guilherme Ramos, Valéria, MM, alguns de meus amigos blogueiros desculpem, mas não sei se vou conseguir ler todo o passado. É uma pena, mas hoje a gente, quando perde um dia, perde mesmo, pois o mundo está cada vez mais intensamente "escrito", interpretado, comentado.
Bem, para não perder mais tempo, vouu ficando por aqui, logo depois de explicar o porquê de carne trêmula –nada a ver com a história de Almodovar, apenas aproveito o título dele para brincar com o meu nervosismo por aparecer hoje no Espaço Aberto Literatura, numa conversa sobre Borges, com o Edney e o Antônio Fernando Borges. O mais engraçado foi descobrir que uma amiga minha foi namorada dele. Como falei sobre isso, o Edney lembrou que só existem 6 graus de separação entre nós, e lá embarquei eu, pensando no filme de temática tão borgeana, pois Borges era fascinado pela definição da identidade, e das fronteiras entre real e imaginário. E, afinal, o que será mais importante? Qual a identidade que mais vale: a que nos é imposta pelo nascimento ou a que construímos com os nossos próprios sonhos? Por falar em construção de sonhos, passo a uma pessoa que conheci ontem, um livreiro do cyberespaço, como ele se define e que, sozinho, dirige uma empresa com N funcionários virtuais, com sede mundial no "Catumbi". Ele, outro borgeano, claro, queria me convencer a vender meus livros para ele. E fez os cálculos matemáticos de quantos livros eu conseguirei ler, ao final de 60 anos, lendo um livro por semana, para provar que eu já tinha em casa muito mais livros do que jamais conseguirei terminar de ler. Desprezei os cálculos dele, pouco mais de três mil, dizendo que leio mais do que um livro por semana, e assim defendi minha biblioteca! E, numa cruzada insana, saí e comprei mais um livro, desafiadora. E ele, muito simpático, ainda me deu um livro de presente, do Blaise Cendrars. Entrincheirada entre estantes, me despeço, com votos de que todos assistam ao programa do Edney, nem que seja só para ver o ex da minha amiga!

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