Agora saímos do Eldorado e de sua fonte da juventude e passamos à casa de chá onde todos os sonhos se realizam. Imaginem as amigas se reunindo para um chazinho da tarde, um chá de telômero, que o mundo pode ainda não saber, mas está presente nas folhas de uma planta amazônica ainda não catalogada, mas já à venda naquela casa transadinha na fronteira entre Ipanema e Leblon. Nos dias de calor, um sorvetinho cai bem, e é o sabor creme com sirtuína o que virou campeão de vendas da Mil Sabores. E é assim que as cariocas antenadas pretendem manter sua juventude eterna. Algumas começaram a se preocupar com isso mais tarde, já não há muito o que conservar. Outras, ainda na infância, se preservam, evitando que o tempo faça das suas em suas bochechas eternamente infladas e em seus olhos para sempre abertos, contemplando o mundo com o espanto inaugural de cada dia.
Desta vez, no entanto, não foram as notícias científicas que me deixaram boquiaberta, mas um anúncio que me revelou novas possibilidades de beleza: a CAVITAÇÃO! Tinha uma vaga ideia de que o termo se referia a coisas de engenharia e fui correndo para o Aurélio, confirmar.
Cavitação está lá. 1. Fis. Formação de bolhas de vapor ou de gás em líquido por efeito de forças de natureza mecânica, 2. Eng, Ind. Restr. Formação de bolhas de vapor na superfície de um sólido que se move em um líquido. No entanto, a firma que oferece a nova técnica diz que esta é uma alternativa à lipoaspiração. (Troque sua gordura por uma bolha de vapor!) Isso está me cheirando à cavilação!… (Ora! Vão vocês ao dicionário e aproveitem para descobrir o significado de Cazuza, ali pertinho…)
Aí me lembro de que, na sessão de ciência, do jornal, falavam do uso das células-tronco de lipoaspiração para rejuvenecer a face. Se optarmos pela cavitação, perdemos as células-tronco? Volto aos segredos estéticos de minha avó: tutano batido e deixado ao sereno, que servia para… Ih! Esqueci! Só me lembro que era um creme muito fedorento. Mas as células-tronco deviam estar lá. Afinal, tutano não é medula óssea? A danadinha já sabia! Pena que eu não aprendi a cavitar (êpa, isso existe?) a mistura de tutano, que talvez servisse para curar as dores provocadas por um Cazuza. Ah, que sei eu?! Volto às minhas fantasias, à espera que me convidem para o chá, ou o sorvete. Por enquanto, vou tentando o chá verde, mas o que me agrada mesmo é a receita do vinho tinto. Faz bem? Dizem que, para fazer bem, eu precisaria ficar vivendo dentro do barril de vinho. Portanto, tomo meu vinho tinto (no inverno) e chá gelado no verão e fico feliz, mesmo sem resultados. Agora a Elza Soares, acho que foi ela, recomendou o mate. Eu, que não tenho parceiro, não preciso dele para nada, a não ser para me refrescar nos dias de praia. Então vou ficando por aqui, esculpindo, com palavras, minhas máscaras de comédia.
Boa semana para todos. E não deixem de assistir Cisne Negro, um filmaço!
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