Thursday, April 23, 2009
Cuiabá
Dizem que Cuiabá é a cidade mais quente do Brasil. Para mim, que estou vindo do Pantanal, até que não estou achando tão má assim. Vejam: no Pantanal acho que faz o mesmo calor, mas a gente se vê obrigada a andar de mangas compridas, calças compridas enfiadas para dentro das meias, chapéu, sapato fechado ( e o que eu não daria por uma galocha, na hora de andar a cavalo pelos campos alagados!)
É bem verdade que o pessoal daqui vai para a região do Pantanal para ficarem mergulhados nos corixos, que, pelo que eu entendi, são terrenos vizinhos aos rios, que estão permanentemente alagados, embora variem de extensão conforme a época do ano.
Na verdade, a primeira espécie animal que pudemos identificar no Pantanal foi a da foto que aqui vai. Confiram!
É isso mesmo!
Seres humanos, exibindo suas carnes brancas e suas latinhas de cerveja, na água muito transparente, ao lado de todas as 122 pontes da Transpantaneira. A estrada não é asfaltada e as pontes são de madeira. Ao lado de cada um dos quatro apoios da ponte, forma-se uma espécie de rampinha, onde o carro desce de marcha a ré e despeja a família ou os amigos para o refrescante banho de imersão. Ao lado, os jacarés vão lentamente se afastando, indignados com esa usurpação. Ninguém se incomoda com eles, que fogem do convívio humano. Quem também partilha das águas são as incontáveis capivaras. Rebolando, lentas, sempre mastigando, elas parecem as donas das poças e dos charcos. Sua vida parece tranquila e talvez por desfastio, uma ou outra se lembre de dar uma corrida, sempre curta, espadanando muita água. Outros casais combinam um encontro dentro d'água, e com a brevidade que que seus ímpetos preguiçosos permitem, dão uma namoradinha rápida, e depois mais outra, e mais outra... afinal, elas não têm nada melhor para fazer!
Pouco a pouco vamos compreendendo que o Pantanal é a república dos Pássaros. Primeiramente, nossos olhares desacostumasdos não conseguem perceber a grande variedade e o incontável número de aves. Nossos ouvidos, porém, vão reconhecendos cantos diferentes, e em breve passamos a perceber que as sombras não são sombras, e que o balançar das folhas das árvores e arbustos não se deve ao vento, mas à mudança de posição de aves solitarias ou em bandos estridentes.
Amanhã coloco mais fotos e outras impressões pantaneiras.
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1 comment:
adoro seu texto lúcia.
aguardo as novas fotos.
abraço.
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