Thursday, August 30, 2007

Noites brancas

Falo desta madrugada gelada, prateada de lua, que se seguiu a um dia intenso. Não consigo dormir, não quero que este dia termine, um dia que começou com um discurso acadêmico e que passou por uma palestra sobre arte e erotismo, com direito a vaias e a bombas de hiroshima, e que depois teve o extraordinário espetáculo de Dario Fo, representado pelo Julio com a maior entrega que já vi no palco. Em seguida, minha participação na mesa Arte e transcendência, logo eu, bicho da terra tão pequeno, me fazendo ridícula, tropeçando no tapete das etiquetas, enquanto brilhavam as estrelas de Lya Luft e de Affonso Romano de Sant'Anna, de Mario Sabino e de Mariana Ianelli. Aliás, a Mariana é uma estrela de primeiríssima grandeza. Seu livro, Almádena, é tão elegantemente lindo, tão sensível e profundo, que todos nós nos reconhecemos nele. Aguardo um momento de serenidade para voltar a lê-lo, com unção. Mas a serenidade está longe de mim. Não consigo dormir. Estremeço de frio, embora esteja com o aquecimento ligado e aninhada entre lençóis. Escuto o canto de um pássaro -- rouxinol ou cotovia? Ou seria apenas algum pássaro mítico, o canto de alguma sereia extraviada, atraída pelas inúmeras seduções da jornada?

2 comments:

{ * } said...

saudades daqui... =)

Anonymous said...

Queridona, curta a insonia doce do sucesso. You deserve,
Much love, Eugenia