Monday, April 30, 2012

Nada mudou?

Nada! Ou melhor, mudou meu retratinho do perfil e a maneira que aparece a tela aqui para eu digitar. De resto, o nadanonada continua igualzinho a antes. Tudo bem. As coisas aqui na terrinha também não mudam desde o Brasil colônia. E, o pouco que muda é para pior. Então, continuemos mais um pouco, até que outro botão me tente mais uma vez. Bem, a não ser que um Mandarim lá na China tenha caído fulminado, mas ninguém me avisou nada. Até porque, com tantos chineses, é bem provável que um tenha caído duro no exato momento em que cliquei meu botão. Mas isso seria uma mera coincidência. Ou não, conforme diriam Caetano e Jung.
Fui ver o filme sobre Freud, Jung e Sabina Spielrein. Gostei? Não muito. Logo de cara, fiquei apavorada com as caretas da bela Kyra Knightley. Será que o diretor mandou que ela fizesse todos aqueles esgares? Não gosto muito dela como atriz, embora ache que ela é bonita. Aliás, todos no filme são muito bonitos. E as locações e figurinos são maravilhosos. Mas achei que a questão do nascimento da psicanálise, ou psicoanálise, como Freud preferia que dissessem, se apequenou no filme que tornou a todos "demasiadamente humanos". E as preferências sexuais de Fraulein só entusiasmaram mesmo o Jung, que caiu em tentação. E por falar em cair, estou elaborando uma teoria, para uso próprio: a Terra anda rateando, está dando umas travadinhas, como aquelas freadas inesperadas e rapidinhas que os motoristas de ônibus costumam dar, para "arrumar" os passageiros. Tenho reparado num número enorme de pessoas com algum tipo de imobilização, ou muletas, ou bengalas que andam pelas ruas do Rio. Aonde quer que eu vá encontro um rapaz de perna imobilizada, uma senhora com o braço na tipóia, uma criança com alguma marca de queda. De todas as idades, atléticos ou sedentários, fortes ou fracos, estamos vivendo no "vale dos caídos". Primeiro andei culpando a cidade e suas calçadas e ruas mal cuidadas. Depois percebi que devia ser algo cósmico: a Terra está de motores engasgados, rateando, derrubando a nós, humanos, e outras espécies também. Ontem à noite tive a confirmação: enquanto tomava um suco no Bibi, um morcego caiu da árvore em frente. Depois de vagar um pouco desnorteado, acabou pousando no chão, no canteiro do outro lado da rua. Só mesmo por conta de uma travadinha da rotação! Mas talvez uma blogueira lá na China tenha clicado um botão, e fulminado o morcego daqui, por falta de mandarins…

Saturday, April 28, 2012

Mudanças e comparações

Mudei o perfil, agora sou google +, espero não me arrepender. Depois de tanto tempo escrevendo daquele jeitinho de sempre, sem mudar nada porque nem sequer sabia mudar nada (afinal, trata-se de nadanonada, né?)  resolvi tentar me modernizar um pouco. Em verdade, esses brinquedos vão ficando cada vez mais fáceis, pensando em pessoas atoladas como eu, que persistem nas formas antigas, eles nos tentam, com um único clique e sucumbimos. Cliquei. Vamos ver no que é que dá.
Será que alguém aí se lembra do conto do Eça, O mandarim? Tem semelhanças com a minha tentação: basta apertar um botão, vamos apertar? Você não vai sentir nada, mas haverá uma consequência. No meu caso, mudo o meu blog. No caso do conto, morre um mandarim. Qual é a tentação? Por que sucumbimos? Talvez eu tenha me condenado aos remorsos eternos que suponho que o executor do mandarim deve de ter sentido. O caso dele era mais grave, uma questão ética. O meu caso é banal, mera curiosidade. Mas as tentações existem para que a gente sucumba a elas. Só assim podemos criar os paraísos perdidos e lidar com realidades que preferiríamos não ter que lidar. Vejam hoje, no jornal, a pequena notícia no Ancelmo que revela a contratação, pelo prefeito de Niterói, de médicos, serventes e coveiros  pelo salário de R$622,00. Salários iguais para todos. Não acredito que os coveiros tenham a mesma necessidade de especialização dos médicos, mas, ao fim e ao cabo, do jeito que anda vergonhosa a nossa Saúde e também a nossa Educação, vai ver que existe uma lógica. O problema é  que, no mesmo Diário Oficial, o prefeito  Sessim (devia se chamar Senão) contratou shows para a festa de aniversário da cidade, pagando 185 MIL reais para o Zezé e Luciano e 135 MIL reais para o Jota Quest.  Esse prefeito não entendeu o preceito romano de panis et circenses. Dê o circo, tudo bem, mas dê dinheiro aos trabalhadores para comprarem seu pão!  Esses músicos vão ganhar num show de duas horas, eu suponho, aquilo que os médicos e os coveiros terão que passar umas 30 MIL horas trabalhando para ganhar. Matemática não é o meu forte, aconselho vocês a fazerem suas próprias contas!!!!
Amanhã eu volto, se o botão que cliquei não decidiu a extinção deste nadanonada.

Thursday, April 19, 2012

Dia do índio

Dia 19 de abril, porque será que escolheram essa data para dia do índio?Talvez porque logo em seguida, nos idos de 1500, aportou por aqui a frota de Cabral e eles deixaram de ter sossego. Seria? É bem plausível. Por falar em índios, fui ver Xingu, e fiquei com uma vontade doida de ver Kuarup. Se o filme de agora tem qualidade e excelentes atores, e se baseia na vida de pessoas admiráveis como os irmãos Villas Boas, o outro tem a seu favor a obra literária e seus insights, que, de certa maneira, o tornam mais profundo que a realidade filmada pode ser. Sei lá, aprendo mais através da ficção que da vida real. Mas, admito, às vezes a vida real é uma boa ficção. Esta madrugada, o Discovery Channel estava mostrando um programa sobre relógios que me deixou fascinada: a origem do relógio se deve à necessidade de regulação da vida sexual de um remoto imperador chinês. Pensei que, com uma legião de mulheres e concubinas ele precisasse de dividir o tempo destinado a passar com elas de maneira justa. Mas não era nada disso. Para os chineses, o horóscopo de uma pessoa se deve ao momento da fecundação, e não ao do nascimento. Por isso eles precisavam organizar as visitas das mulheres do imperador de maneira que no momento mais propício para o surgimento de um herdeiro ele estivesse com a Primeira Esposa… Um sábio inventou um mecanismo que marcava horas, dias e fases lunares, garantindo assim os melhores sucessores para seu imperador. Claro que fiquei fisgada pelo programa, e assim aprendi também a origem da Clepsidra. Clepsidra era o nome de uma prostituta popular entre os gregos de uma cidade cujo nome não fixei. Ela percebeu que alguns de seus clientes eram rapidinhos, outros mais demorados, e para não ficar em desvantagem, criou uma espécie de taxímetro. Numa bacia cheia d'água ela colocava um recipiente com um pequeno furinho no fundo, pelo qual ia entrando a água até que o recipiente afundasse e fizesse glub! A cada glub correspondia uma tarifa, e Clepsidra só não patenteou sua invenção porque o instituto de patentes ainda não tinha sido inventado. Mas ficou rica, suponho. E deu seu nome aos relógios de água. Gosto muito de ampulhetas: seu desenho elegante, a pressa de suas areias, capturadas entre dois mundos, a sugestão de secura, de frágil inutilidade me fascinam. Mas elas precisam ser observadas com atenção: quando será que o tempo que marcam acontece? Basta desviarmos o olhar por um instante e puf! Ficamos sem saber exatamente quanto tempo decorreu. Lembro-me, então, da crueldade da marcação do tempo no Brasil Colônia: alguns senhores de escravos amarravam um de seus negros e colocavam, sobre sua cabeça raspada, uma vela acesa. Quando o negro gritasse de dor é porque a vela tinha derretido toda e estava queimando sua pele. Terrível, não? Eu, pequenina, acreditando no Negrinho do Pastoreio, achava que ele se ocupava em soprar as velas que acendiam na cabeça de seus protegidos. Pobre Negrinho. Pobres escravos. A história de nosso país está mesmo cheia de casos tristes e um dos mais tristes que conheço é a história de uma tribo que, removida de sua região e confinada numa reserva, se suicidou inteira da maneira mais simbólica possível: comendo terra. Com saudades de sua terra, eles comiam a terra do exílio, uma terra fatal. Afinal, aprendo muito com a realidade. Mas é porque sempre coloco, junto aos fatos, um grãozinho de imaginação, que me faz vivenciar estes episódios. O conhecimento que não apropriamos, não nos traz crescimento. Mantém-se superficial, informativo, e acabamos por esquecê-lo. Aquilo que experimentamos, nem que seja no faz de conta, torna-se uma lição para toda a vida. Portanto, o Tuatuari que vi em Xingu, nunca será o Tuatuari que conheci em Kuarup, e amei a partir dos sons onomatopaicos das aguinhas correndo ligeiras. Preciso mesmo de ver Kuarup, para complementar esse Xingu!

Tuesday, April 17, 2012

O amor acontece

Vem  chegando um livro novo e eu começo a ficar impaciente, doida para vê-lo logo impresso, à venda nas livrarias. Todo mundo compara lançamento de livro a parto, e é com razão. Chega num ponto que a gente não aguenta mais esperar para ver a "carinha", examinar os detalhes, curtir tudo aquilo que a nossos olhos parecem perfeições.
Aprovei a capa, que achei bem do jeitinho do livro, mas agora fico aqui roendo as unhas imaginando se o tom é esse mesmo ou se vai se modificar na capa, se as pessoas vão gostar. Daí que passo para qual será a recepção que ele terá. Será que o público vai gostar? Será que vão comprar? Será que a imprensa vai comentar? Lógico que penso também no dia do lançamento: será que vai aparecer alguém? E minhas idéias de brindes, será que são boas? E o local do lançamento, será apropriado? E a época? Ah, quanta ansiedade.
Para tentar me acalmar, resolvi criar uma página para ele no Facebook. Agora estou na dúvida se fiz o trabalho direito. Será? Acho que isso só me provoca mais ansiedade.  Ah, desculpem. Estou assim, sem conseguir funcionar direito, só vejo o lançamento na minha frente. O pior, ou o melhor, é que tenho lançamento na semana que vem, na FNLIJ. No dia 24, sai o livro da Laura Sandroni, Contos para jovens de todas as idades, do qual participo com um conto chamado "Seduções", onde misturo Gonçalves Dias com Tabela Periódica para contar uma história da descoberta do amor por um adolescente… Eu adoro este continho, espero que ele seja bem recebido. No dia 25, lançamento duplo de A cobra e a corda e de Botas e bolas, meus dois infantis, com ilustração da Fernanda Moraes. E, ainda sem data marcada, mas já pintando no horizonte, o lançamento, em Juiz de Fora, de Erratas pensantes, em colaboração com a Rachel Jardim. Este livro é decorrência de uma palestra que fizemos no ano passado e a Universidade Federal de Juiz de Fora resolveu publicar. Mais um filho querido! Isso sem esquecer O livro branco dos Beatles, antologia que será lançada em 18 de junho (provavelmente), na qual tenho o conto "Ticket to write". Como sou beatlemaníaca (ou fui, agora já não tenho mania de nada) também estou ansiosa por esse, esperando que seja muito bem recebido.
Esses sonhos de mother to be… sempre os mesmos, sempre cheios de esperança, vão me ocupando e me tirando o sono. Acho que ainda voltarei ao assunto.


Saturday, April 14, 2012

Hello, stranger!

Acho que posso cumprimentar o blog e meus leitores com esta saudação, já faz tanto tempo que ando sumida… Falava de perdas: Chico, Tabucchi, Millor, e acho que me perdi a mim mesma. Fiquei deprimida, acreditem ou não. Depois fui melhorando aos pouquinhos, o fim de semana de Páscoa, com a família, ajudou, e depois entrei numa roda-viva de atividades que me deixaram tão cansada que ontem acabei ficando de cama. Ontem não consegui sair de casa, por mais que tivesse vontade. O bom foi que fiz umas coisas que há muito não fazia: ler revistas, por exemplo. Li a Piauí e a Veja, e de quebra uma revista bonita que vem dentro do Globo, mais propaganda que outra coisa, visto que é Magazine Casashopping, ou seja, uma vitrine para o estabelecimento. Aliás, por falar em revista, fiquei sabendo que o condomínio Península mantém uma revista. Isso me alegrou: se existem revistas, é porque existem leitores. Outra coisa que me alegrou, foi que a Globo está com uma nova atitude nas novelas – as personagens lêem! Achei fantástico, outro dia, ver o Tufão, um jogador de futebol (que deve estar aposentado, pois nunca o vi treinando nem mesmo jogando), lendo Kafka na cama! Que máximo. E ele comentava com a mulher aquilo que lia, falando com admiração do homem que acorda e se vê transformado numa barata. Imaginem se o autor, para minha sorte, resolva fazer a mulher retrucar que está lendo a história de uma mulher que vê uma barata se transformar em homem, mas, apesar de se sentir um pouco responsável, acaba desistindo do projeto de humanização do outro… Huummm… muito complicado. Acho que meu conto, O inseto, não vai ter vez na TV Globo, não… Brincadeiras à parte, vejo que a ex-catadora de lixo também gosta de ler, e fico torcendo para que ela faça o ex-Batata (e quem sabe neste apelido não esteja a explicação para ela ter virado chef) se tornar um leitor. No núcleo doa bacanas, ninguém lê. Pelo menos eu ainda não vi ninguém lendo, mas sou uma noveleira infiel. Acho que foi por puro acaso que esta me pegou, combinando minha depressão com os bons desempenhos dos dois capítulos iniciais. Depois já perdi alguns (muitos) capítulos, ou porque me esqueço, já que não tenho hábito de assistir novelas, ou porque estou na rua, em lançamentos, em exposições, em jantares, em compras. Eu disse, tive uma semana muito agitada. E as próximas duas prometem ser ainda mais movimentadas do que esta que passou.  Quarta, quinta e sexta feira da outra semana vou falar para meus leitores infantis. Na quarta, estarei na FNLIJ, na quinta e na sexta em duas sedes de uma mesma escola, a Aldeia. Aliás, eu mesmo preciso anotar: Quarta-feira, às 14horas, é o lançamento de meus dois livros infantis: A cobra e a corda e Botas e Bolas, no FNLIJ. Estarei no estande, acompanhada pela minha fabulosa ilustradora, a Fernanda Moraes. E no dia anterior, no mesmo horário, temos o lançamento do livro da Laura Sandroni, Contos para jovens de todas as idades, do qual participo com um conto, "Seduções".
Puxa, queria escrever sobre coisas menos circunstanciais, mas quando vi, fiz uma espécie de agenda on line. Desculpem-me. Amanhã volto, espero eu, com algum texto reflexivo. Este foi só para desenferrujar.