Era dia de aniversário na família… E, de tarde, haviam marcado um meteorito como uma atração extra. Ia passar perto, mas sem perigo algum para o planeta. Todos os telescópios focados no grande show estelar e eis que um penetra resolve roubar a cena, e quase que nos prega uma peça de mau gosto! De noite, fui jantar com a família, e a conversa ficou assim meio entrecortada, cada qual pensando com seus botões que "imagine se a trajetória do astro fosse um pouquinho diferente"…
Dias antes, em plena folia, um reforço na loucura: O papa renuncia! Vejam só o que dá nascer na segunda metade do século XX: a gente vê o homem pisar na Lua, vê estrelas caindo sobre a Terra, vê (e aprende o nome de) tsunamis se repetindo, vê a revolução nas comunicações e vê um Papa renunciar… É bem verdade que perdemos as duas guerras mundiais, mas fomos fartamente compensados com violentas e intermináveis guerras, quase que uma por semana. Guerras que já não se diferenciam de jogos eletrônicos a não ser pela contagem de mortos pois neste caso são reais. E que nos fazem lembrar do conto de Eça de Queirós – O mandarim. Basta apertar um botão… Lá longe, na distância, o mandarim cai fulminado. E deixa-nos a herança de uma ameaça: quem sabe não estamos à mercê de um outro botãozinho qualquer?
Mas o meteorito, com certeza, anda perturbando outras leis da natureza. Eis que o morto ressuscita e lá aparece o Chaves, pimpão e sorridente, segurando um jornal do dia. Será que só eu me lembro do filme Moon over Parador? Aquele com a Sonia Braga, que conta a história de uma república latino americana cujo caudilho morre prematuramente e os seus prepostos arrumam um sósia que lhes permita uma "sucessão sem percalços"?
A onda de choque demora algum tempo para chegar ao Brasil, mas chega e "mata" meu celular! De repente, estou outra vez no tempo das cavernas, sem celular, sem amigos, flutuando no vácuo, como um meteorito pré-queda. Ninguém sabe de mim, eu não sei de ninguém… Encontros, só fortuitos, por mero acaso, na calada da noite, na fila de táxi. E agora? Paralisada, fico sem saber como agir, onde ir, como recuperar a vida que depositei num aparelhinho um pouco maior que uma caixa de fósforos.
Refugio-me no cinema, para aproveitar o ar condicionado e a fantasia dos outros. Escolho As sessões e me comovo. Uma história real de alguém capaz de viver de suas palavras. Bravo!
Dias antes, em plena folia, um reforço na loucura: O papa renuncia! Vejam só o que dá nascer na segunda metade do século XX: a gente vê o homem pisar na Lua, vê estrelas caindo sobre a Terra, vê (e aprende o nome de) tsunamis se repetindo, vê a revolução nas comunicações e vê um Papa renunciar… É bem verdade que perdemos as duas guerras mundiais, mas fomos fartamente compensados com violentas e intermináveis guerras, quase que uma por semana. Guerras que já não se diferenciam de jogos eletrônicos a não ser pela contagem de mortos pois neste caso são reais. E que nos fazem lembrar do conto de Eça de Queirós – O mandarim. Basta apertar um botão… Lá longe, na distância, o mandarim cai fulminado. E deixa-nos a herança de uma ameaça: quem sabe não estamos à mercê de um outro botãozinho qualquer?
Mas o meteorito, com certeza, anda perturbando outras leis da natureza. Eis que o morto ressuscita e lá aparece o Chaves, pimpão e sorridente, segurando um jornal do dia. Será que só eu me lembro do filme Moon over Parador? Aquele com a Sonia Braga, que conta a história de uma república latino americana cujo caudilho morre prematuramente e os seus prepostos arrumam um sósia que lhes permita uma "sucessão sem percalços"?
A onda de choque demora algum tempo para chegar ao Brasil, mas chega e "mata" meu celular! De repente, estou outra vez no tempo das cavernas, sem celular, sem amigos, flutuando no vácuo, como um meteorito pré-queda. Ninguém sabe de mim, eu não sei de ninguém… Encontros, só fortuitos, por mero acaso, na calada da noite, na fila de táxi. E agora? Paralisada, fico sem saber como agir, onde ir, como recuperar a vida que depositei num aparelhinho um pouco maior que uma caixa de fósforos.
Refugio-me no cinema, para aproveitar o ar condicionado e a fantasia dos outros. Escolho As sessões e me comovo. Uma história real de alguém capaz de viver de suas palavras. Bravo!
No comments:
Post a Comment